A equipe de bilionários de Trump
Em um artigo recente na revista New York, Jonathan Chait flagrou Larry Kudlow, um colunista da National Review, louvando O Laranja por escolher uma equipe de bilionários, porque homens ricos são incorruptíveis — afinal, eles não precisam de ainda mais dinheiro. Como escreveu o Sr. Chait, o argumento é ridículo por si só: considere, por […]
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 11h11.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h31.
Em um artigo recente na revista New York, Jonathan Chait flagrou Larry Kudlow, um colunista da National Review, louvando O Laranja por escolher uma equipe de bilionários, porque homens ricos são incorruptíveis — afinal, eles não precisam de ainda mais dinheiro. Como escreveu o Sr. Chait, o argumento é ridículo por si só: considere, por exemplo, os oligarcas da Rússia. ( Leia o artigo dele aqui )
O que o Sr. Chait não percebe é a particular ironia de ver esse argumento partindo do Sr. Kudlow, ou mesmo de qualquer pessoa de direita defensora da economia de oferta. Lembrem-se, esta é uma visão de mundo inteiramente baseada na afirmação de que cortar impostos dos ricos vai operar milagres econômicos, por causa dos incentivos. Deixem um plutocrata ter um dólar a mais de renda, prega o raciocínio, e ele irá inovar, criar empregos e nos liderar rumo a um paraíso na terra só para conseguir esta renda extra.
Para martelar o que deveria ser óbvio: ou os ricos ligam para ter mais dinheiro ou não ligam. Se taxas marginais de lucro menores são um incentivo para gerar mais riqueza, a possibilidade de ganho pessoal é um estímulo para se meter em práticas corruptas. Não dá para entrar numa de Ayn Rand/Gordon Gekko quanto à importância da ganância como um motivador e ao mesmo tempo afirmar que a riqueza isola o homem da tentação.
Até onde se sabe, a realidade é que mesmo os insanamente ricos em geral querem mais dinheiro. Você pode se perguntar por que eles o querem; os prazeres hedonistas da luxúria certamente devem superar com uma pequena vantagem o valor de ser escolhido para a equipe de governo de Trump. Privadas banhadas em ouro não limpam mais do que as comuns. Porém, para algumas pessoas, dinheiro tem a ver com ego, poder e ganhar no jogo. A ganância não tem limites.
E isso nos diz algo significativo – isto é, que a teoria da economia de oferta é, e sempre foi, uma farsa. Nunca foi sobre incentivos. Era só mais uma desculpa para tornar os ricos mais ricos.
Em um artigo recente na revista New York, Jonathan Chait flagrou Larry Kudlow, um colunista da National Review, louvando O Laranja por escolher uma equipe de bilionários, porque homens ricos são incorruptíveis — afinal, eles não precisam de ainda mais dinheiro. Como escreveu o Sr. Chait, o argumento é ridículo por si só: considere, por exemplo, os oligarcas da Rússia. ( Leia o artigo dele aqui )
O que o Sr. Chait não percebe é a particular ironia de ver esse argumento partindo do Sr. Kudlow, ou mesmo de qualquer pessoa de direita defensora da economia de oferta. Lembrem-se, esta é uma visão de mundo inteiramente baseada na afirmação de que cortar impostos dos ricos vai operar milagres econômicos, por causa dos incentivos. Deixem um plutocrata ter um dólar a mais de renda, prega o raciocínio, e ele irá inovar, criar empregos e nos liderar rumo a um paraíso na terra só para conseguir esta renda extra.
Para martelar o que deveria ser óbvio: ou os ricos ligam para ter mais dinheiro ou não ligam. Se taxas marginais de lucro menores são um incentivo para gerar mais riqueza, a possibilidade de ganho pessoal é um estímulo para se meter em práticas corruptas. Não dá para entrar numa de Ayn Rand/Gordon Gekko quanto à importância da ganância como um motivador e ao mesmo tempo afirmar que a riqueza isola o homem da tentação.
Até onde se sabe, a realidade é que mesmo os insanamente ricos em geral querem mais dinheiro. Você pode se perguntar por que eles o querem; os prazeres hedonistas da luxúria certamente devem superar com uma pequena vantagem o valor de ser escolhido para a equipe de governo de Trump. Privadas banhadas em ouro não limpam mais do que as comuns. Porém, para algumas pessoas, dinheiro tem a ver com ego, poder e ganhar no jogo. A ganância não tem limites.
E isso nos diz algo significativo – isto é, que a teoria da economia de oferta é, e sempre foi, uma farsa. Nunca foi sobre incentivos. Era só mais uma desculpa para tornar os ricos mais ricos.