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A ascensão da extrema-direita

Nos últimos anos, partidos políticos de extrema-direita têm experimentado ganhos significativos em alguns países europeus. Estes partidos conseguiram uma série de vitórias eleitorais ao se aproveitar tanto da prolongada instabilidade financeira, decorrente dos resultados da crise financeira de 2008, quanto da ansiedade ligada ao fluxo de refugiados escapando de conflitos no Oriente Médio e no […]

NIGEL FARAGE, O ARTICULADOR DO BREXIT: nosso sistema corre um risco muito maior de ser demolido por populistas de fora que reformado por dentro / Rob Stothard / Stringer
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 11h47.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h36.

Nos últimos anos, partidos políticos de extrema-direita têm experimentado ganhos significativos em alguns países europeus.

Estes partidos conseguiram uma série de vitórias eleitorais ao se aproveitar tanto da prolongada instabilidade financeira, decorrente dos resultados da crise financeira de 2008, quanto da ansiedade ligada ao fluxo de refugiados escapando de conflitos no Oriente Médio e no Norte da África.

Na Polônia, o partido de extrema-direita Lei e Justiça foi catapultado ao poder em 2015 com uma plataforma nacionalista semelhante àquela do presidente republicano Donald Trump, eleito nos Estados Unidos. Em um artigo publicado em 18 de dezembro no The Washington Post, o correspondente Anthony Faiola descreveu o Lei e Justiça como um grupo que demonstra de que forma a sociedade pode ser afetada pelas narrativas populistas. “O partido Lei e Justiça chegou ao poder com uma promessa de drenar o esgoto da política polonesa e de trazer de volta o legado da gestão anterior”, escreveu o Sr. Faiola. “Em apenas um ano, dizem os críticos, os nacionalistas transformaram a Polônia em um lugar surreal e insular – um lugar onde teorias conspiratórias patrocinadas pelo estado e propaganda de fato distraem o público enquanto a democracia desmorona.”

Em alguns casos, a extrema-direita europeia conseguiu atrair o apoio da classe trabalhadora – a base de apoio tradicional dos partidos de centro-esquerda – ao oferecer uma alternativa às políticas de globalização e austeridade adotadas por estes partidos. Wolfgang Münchau, um colunista no The Financial Times, ultimamente tem argumentado que os grandes partidos se tornaram muito vinculados aos interesses financeiros e insensíveis à raiva sentida pelas vítimas da globalização e desigualdade.

“Nós não deveríamos nos surpreender porque as pessoas se tornaram céticas com relação a experts que vendem teorias que resultam em previsões comicamente erradas e que não se encaixam na realidade que eles enxergam”, escreveu o Sr. Münchau em 15 de dezembro. “Com um establishment se recusando a aprender qualquer lição de sua derrota em 2016, nosso sistema corre um risco muito maior de ser demolido por populistas de fora que reformado por dentro.”

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Nos últimos anos, partidos políticos de extrema-direita têm experimentado ganhos significativos em alguns países europeus.

Estes partidos conseguiram uma série de vitórias eleitorais ao se aproveitar tanto da prolongada instabilidade financeira, decorrente dos resultados da crise financeira de 2008, quanto da ansiedade ligada ao fluxo de refugiados escapando de conflitos no Oriente Médio e no Norte da África.

Na Polônia, o partido de extrema-direita Lei e Justiça foi catapultado ao poder em 2015 com uma plataforma nacionalista semelhante àquela do presidente republicano Donald Trump, eleito nos Estados Unidos. Em um artigo publicado em 18 de dezembro no The Washington Post, o correspondente Anthony Faiola descreveu o Lei e Justiça como um grupo que demonstra de que forma a sociedade pode ser afetada pelas narrativas populistas. “O partido Lei e Justiça chegou ao poder com uma promessa de drenar o esgoto da política polonesa e de trazer de volta o legado da gestão anterior”, escreveu o Sr. Faiola. “Em apenas um ano, dizem os críticos, os nacionalistas transformaram a Polônia em um lugar surreal e insular – um lugar onde teorias conspiratórias patrocinadas pelo estado e propaganda de fato distraem o público enquanto a democracia desmorona.”

Em alguns casos, a extrema-direita europeia conseguiu atrair o apoio da classe trabalhadora – a base de apoio tradicional dos partidos de centro-esquerda – ao oferecer uma alternativa às políticas de globalização e austeridade adotadas por estes partidos. Wolfgang Münchau, um colunista no The Financial Times, ultimamente tem argumentado que os grandes partidos se tornaram muito vinculados aos interesses financeiros e insensíveis à raiva sentida pelas vítimas da globalização e desigualdade.

“Nós não deveríamos nos surpreender porque as pessoas se tornaram céticas com relação a experts que vendem teorias que resultam em previsões comicamente erradas e que não se encaixam na realidade que eles enxergam”, escreveu o Sr. Münchau em 15 de dezembro. “Com um establishment se recusando a aprender qualquer lição de sua derrota em 2016, nosso sistema corre um risco muito maior de ser demolido por populistas de fora que reformado por dentro.”

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