Enologia da Previdência Privada
Vinhos e Previdência têm muito mais em comum do que possa parecer
marianamartucci
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 20h33.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 14h27.
Quem vê um título desses pode achar que são assuntos distantes para serem comparados, porém, posso afirmar: Vinhos e Previdência têm muito mais em comum do que possa parecer.
A cultura de produção e apreciação de vinhos vem crescendo de forma rápida e consistente no Brasil, basta lembrar dos que consumíamos há 20 ou 30 anos e os que estão disponíveis nas prateleiras hoje em dia. Porém, ainda é possível observar um abismo enorme entre produtos ofertados no mercado, mesmo tendo em mente que o processo básico é bastante similar para a produção de qualquer vinho.
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Para exemplificar vamos partir de uma questão simples: sabe qual a diferença básica entre um “Sangue de Boi” e um “Romanée-Conti” – que está entre os 10 melhores e mais caros vinhos do mundo? Os detalhes e a atenção aos processos, da escolha da semente ao armazenamento, solo, clima, vinificação.
Um bom vinho é fruto da seleção primorosa da uva, das técnicas e local de plantio, dos adubos e defensivos adequados, da idade da videira, do clima, do processo de produção, da vinificação e período de maturação, enfim, do que chamamos em francês de “terroir”. Se qualquer uma dessas etapas que for ignorada pode trazer perdas significativas e irreparáveis, as quais só serão percebidas no produto final.
O mesmo acontece com a Previdência Privada. Boa parte da população já despertou o interesse por este produto, entendendo que dificilmente poderão depender exclusivamente do Estado, principalmente, pela situação caótica que a Previdência Pública se encontra. Mas de nada adianta partir para busca de um plano de previdência sem levar em consideração o resultado que se deseja alcançar, o que poderia ser entendido fazendo perguntas básicas como o porquê, para quando e de quanto precisa?
É importante salientar que não existe a “melhor previdência”, o que existe é a mais adequada para você. E a melhor forma de fazer essa seleção é buscar, estudar e entender os produtos disponíveis e, no caso de não ter tempo ou conhecimento, é buscar ajuda de um profissional sério e certificado para isso.
A primeira coisa são informações de como e onde será “plantada” sua previdência, ou seja, verificar quais os produtos disponíveis e, dentre eles, qual melhor se adequa ao seu perfil. Neste ponto, é importante tomar cuidado com receitas prontas e universais, pois é muitíssimo improvável que encontre um produto que seja adequado a todos os perfis e paladares.
No quesito crescimento, é extremamente importante observar as taxas (carregamento, administração e saída), pois elas podem corroer boa parte do investimento, como acontece com as pragas na lavoura, e, no momento da colheita, pode ser que perceba um resultado muito inferior ao almejado, com quebra que pode consumir mais de 20% do seu resultado.
Vencida esta etapa, vem a observação do “clima”: o que está acontecendo no mundo que pode afetar o resultado da sua previdência? Quais os ajustes são necessários serem feitos durante o amadurecimento do seu investimento para que possa chegar no momento de “colheita” com o melhor resultado possível? É sempre importante fazer os ajustes necessários não só enquanto o investimento cresce, mas também depois de maduro para que o processo possa ser perene.
Por fim, o momento do desfrute. Sabendo que todo o processo foi construído de forma correta e que cada etapa foi devidamente analisada e ajustada, vem a melhor etapa, que é saborear o resultado de um produto que atenda ao seu “paladar”, elaborado e desenvolvido no intuito de satisfazer suas necessidades e interesse pessoal.
Fazendo de forma adequada cada um desses passos, sozinho ou contando com apoio de um especialista e dando a devida atenção aos detalhes, no final teremos um produto que poderá ser apreciado com bastante satisfação, orgulho e com a grande vantagem de poder compartilhar com as pessoas que amamos.
Pensando bem, parece que a arte de criar seu vinho ou sua previdência podem ter muito mais semelhanças que se pode imaginar.
Como curiosidade e para demonstrar o que os detalhes podem transformar o produto, mesmo tendo processos similares a quem é leigo, enquanto o “Sangue de Boi” custa pouco mais de R$ R$50 o garrafão de 4 litros, o “Romanée-Conti” pode ultrapassar os $500 mil dólares a garrafa de 750 ml.
E você, qual deles gostaria ter para desfrutar com sua família?
*Flávio Herbart Menezes Crosara é gestor de recursos da Legado Asset Management, a primeira e mais tradicional Multi Family Office da região Centro Oeste, atuando na orientação e acompanhamento patrimonial de clientes private. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, além das principais certificações com destaque para CGA, CNPI-T e CFP. Professor em graduação e pós-graduação em disciplinas ligadas ao mercado financeiro e de capitais há mais de 15 anos. Vencedor por duas vezes do prêmio Finance Awards, como melhor gestor de Multi Family Office do Brasil.
Quem vê um título desses pode achar que são assuntos distantes para serem comparados, porém, posso afirmar: Vinhos e Previdência têm muito mais em comum do que possa parecer.
A cultura de produção e apreciação de vinhos vem crescendo de forma rápida e consistente no Brasil, basta lembrar dos que consumíamos há 20 ou 30 anos e os que estão disponíveis nas prateleiras hoje em dia. Porém, ainda é possível observar um abismo enorme entre produtos ofertados no mercado, mesmo tendo em mente que o processo básico é bastante similar para a produção de qualquer vinho.
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Para exemplificar vamos partir de uma questão simples: sabe qual a diferença básica entre um “Sangue de Boi” e um “Romanée-Conti” – que está entre os 10 melhores e mais caros vinhos do mundo? Os detalhes e a atenção aos processos, da escolha da semente ao armazenamento, solo, clima, vinificação.
Um bom vinho é fruto da seleção primorosa da uva, das técnicas e local de plantio, dos adubos e defensivos adequados, da idade da videira, do clima, do processo de produção, da vinificação e período de maturação, enfim, do que chamamos em francês de “terroir”. Se qualquer uma dessas etapas que for ignorada pode trazer perdas significativas e irreparáveis, as quais só serão percebidas no produto final.
O mesmo acontece com a Previdência Privada. Boa parte da população já despertou o interesse por este produto, entendendo que dificilmente poderão depender exclusivamente do Estado, principalmente, pela situação caótica que a Previdência Pública se encontra. Mas de nada adianta partir para busca de um plano de previdência sem levar em consideração o resultado que se deseja alcançar, o que poderia ser entendido fazendo perguntas básicas como o porquê, para quando e de quanto precisa?
É importante salientar que não existe a “melhor previdência”, o que existe é a mais adequada para você. E a melhor forma de fazer essa seleção é buscar, estudar e entender os produtos disponíveis e, no caso de não ter tempo ou conhecimento, é buscar ajuda de um profissional sério e certificado para isso.
A primeira coisa são informações de como e onde será “plantada” sua previdência, ou seja, verificar quais os produtos disponíveis e, dentre eles, qual melhor se adequa ao seu perfil. Neste ponto, é importante tomar cuidado com receitas prontas e universais, pois é muitíssimo improvável que encontre um produto que seja adequado a todos os perfis e paladares.
No quesito crescimento, é extremamente importante observar as taxas (carregamento, administração e saída), pois elas podem corroer boa parte do investimento, como acontece com as pragas na lavoura, e, no momento da colheita, pode ser que perceba um resultado muito inferior ao almejado, com quebra que pode consumir mais de 20% do seu resultado.
Vencida esta etapa, vem a observação do “clima”: o que está acontecendo no mundo que pode afetar o resultado da sua previdência? Quais os ajustes são necessários serem feitos durante o amadurecimento do seu investimento para que possa chegar no momento de “colheita” com o melhor resultado possível? É sempre importante fazer os ajustes necessários não só enquanto o investimento cresce, mas também depois de maduro para que o processo possa ser perene.
Por fim, o momento do desfrute. Sabendo que todo o processo foi construído de forma correta e que cada etapa foi devidamente analisada e ajustada, vem a melhor etapa, que é saborear o resultado de um produto que atenda ao seu “paladar”, elaborado e desenvolvido no intuito de satisfazer suas necessidades e interesse pessoal.
Fazendo de forma adequada cada um desses passos, sozinho ou contando com apoio de um especialista e dando a devida atenção aos detalhes, no final teremos um produto que poderá ser apreciado com bastante satisfação, orgulho e com a grande vantagem de poder compartilhar com as pessoas que amamos.
Pensando bem, parece que a arte de criar seu vinho ou sua previdência podem ter muito mais semelhanças que se pode imaginar.
Como curiosidade e para demonstrar o que os detalhes podem transformar o produto, mesmo tendo processos similares a quem é leigo, enquanto o “Sangue de Boi” custa pouco mais de R$ R$50 o garrafão de 4 litros, o “Romanée-Conti” pode ultrapassar os $500 mil dólares a garrafa de 750 ml.
E você, qual deles gostaria ter para desfrutar com sua família?
*Flávio Herbart Menezes Crosara é gestor de recursos da Legado Asset Management, a primeira e mais tradicional Multi Family Office da região Centro Oeste, atuando na orientação e acompanhamento patrimonial de clientes private. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, além das principais certificações com destaque para CGA, CNPI-T e CFP. Professor em graduação e pós-graduação em disciplinas ligadas ao mercado financeiro e de capitais há mais de 15 anos. Vencedor por duas vezes do prêmio Finance Awards, como melhor gestor de Multi Family Office do Brasil.