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Como a análise dos ciclos econômicos pode impulsionar a rentabilidade dos investimentos

Especialista em política monetária, sócio e analista da Rubik Capital explica a importância da análise dos ciclos econômicos

Tela Os Operários, de Tarsila do Amaral (Jorge Bastos Acervo Artístico-Cultural do Palácio do Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
Tela Os Operários, de Tarsila do Amaral (Jorge Bastos Acervo Artístico-Cultural do Palácio do Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Os ciclos econômicos, oscilações naturais e inevitáveis que ocorrem na economia, são bastante conhecidos pelos investidores. Saber entender e identificar esses ciclos pode proporcionar uma grande vantagem competitiva para aqueles que pretendem maximizar a rentabilidade de seus investimentos.

É importante notar que o mercado, em sua dinâmica, tende a precificar as mudanças no ciclo econômico antes delas acontecerem na economia real. Por isso, saber lidar com dados econômicos e identificar quando o mercado está próximo de uma mudança na fase do ciclo é fundamental.

Os ciclos econômicos são divididos em quatro fases: expansão, pico, contração (fundo) e recuperação. Em cada uma dessas fases, diferentes setores e classes de ativos tendem a apresentar performances distintas. Entender essas dinâmicas é fundamental para o posicionamento estratégico dos investimentos.

 Na fase de expansão, quando a economia está crescendo, os investidores começam a observar baixos custos de produção, crescimento econômico latente, baixo desemprego e juros baixos com panorama estável. Dessa forma, começam a se posicionar em ações small caps, enquanto os títulos de dívida em geral passam a se tornar menos atrativos.

Em seguida, vem o pico, quando a economia atinge seu ponto máximo de expansão. Nesse momento, são observados alguns sinais de desgaste econômico como o aumento da inflação e a indicação do Banco Central que irá passar a adotar uma política de aumento de juros e aperto monetário. O foco dos investidores tende a se voltar para setores que possuem maior poder de repasse de inflação, como commodities e infraestrutura, assim como títulos de dívida pós-fixados, que oferecem proteção contra o aumento na taxa de juros.

Após o pico, a economia entra na fase de contração ou fundo. Nesse momento, o Banco Central intensifica o ciclo de aperto monetário até conseguir obter controle sobre as pressões inflacionárias. Os impactos dessa mudança na política monetária são: desaceleração econômica, redução das expectativas de crescimento, aumento no desemprego e endividamento das famílias. Aqui, investidores voltam seus olhares para setores mais resilientes, como o de saúde e o financeiro, além de títulos de dívida pré-fixados, visando a proximidade do topo na taxa de juros.

Por fim, na recuperação, a economia começa a se estabilizar, possibilitando que o Banco Central possa cortar juros, voltando para uma política monetária expansionista que possibilita a economia a crescer novamente. Os investidores buscam empresas que se beneficiam desse novo impulso econômico, principalmente aquelas ligadas ao mercado interno, como o varejo e a construção civil.

Atualmente, de acordo com a última reunião do COPOM, o Brasil já chegou ao topo na taxa de juros e no ciclo de aperto monetário. Caso os dados macroeconômicos confirmem a tendência, já no terceiro trimestre de 2023 poderíamos começar a ver cortes na taxa de juros. Assim, podemos afirmar que o Brasil está na fase de fundo do ciclo econômico e em breve deve passar para a fase de recuperação.

De fato, isso já está sendo precificado pelo mercado, que mostrou forte performance dos setores de saúde e financeiro ao longo do segundo trimestre de 2023. Além disso, a partir da segunda metade de maio, já foi possível observar o início do movimento dos investidores em direção a ações ligadas ao mercado interno.

Em suma, a análise dos ciclos econômicos é uma ferramenta poderosa para impulsionar a rentabilidade dos investimentos. Conhecendo as características de cada fase do ciclo, os investidores podem se antecipar às mudanças e reposicionar suas carteiras de forma estratégica.

Na Rubik Capital, conduzimos a gestão dos fundos de investimentos e carteiras dos clientes através de uma abordagem macroeconômica robusta e com visão de longo prazo. Nosso processo de investimento é pautado na compreensão profunda das mudanças nas fases dos ciclos econômicos. Esse entendimento nos permite tomar decisões informadas e oportunas sobre o rebalanceamento da exposição a setores e classes de ativos específicos. Acreditamos que, dessa maneira, conseguimos identificar os ativos que apresentarão melhor performance relativa em cada momento do ciclo, maximizando a rentabilidade e minimizando os riscos para os nossos clientes. A análise dos ciclos econômicos é uma ferramenta vital nesse processo, permitindo-nos antecipar tendências, ajustar estratégias e continuar oferecendo excelência na gestão de investimentos.