(Yagi Studio/Getty Images)
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 08h01.
Por Eduardo Takahashi, country leader da WTW
Em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico e exposto, as empresas enfrentam desafios que vão além da busca por eficiência operacional, crescimento e margem. Hoje, precisam também lidar com a crescente complexidade dos riscos reputacionais, que podem ter um impacto devastador em sua imagem, finanças e, consequentemente, na confiança dos consumidores e investidores.
A pesquisa Global Directors’ and Officers’ Survey Report, realizada pela WTW, oferece uma visão abrangente sobre os desafios que diretores e executivos enfrentam globalmente, abrangendo também o Brasil. O estudo destaca a crescente conscientização dos conselhos sobre a importância da saúde física e mental dos colaboradores. A saúde mental dos funcionários está, agora, indissociavelmente conectada à qualidade do clima corporativo, ao ambiente organizacional, ao alinhamento com o propósito da empresa e até ao modelo de trabalho adotado, seja remoto, híbrido ou presencial. Em um momento em que a saúde do colaborador tem reflexo direto no desempenho e no engajamento, a gestão cuidadosa desse fator é essencial.
Além disso, a reputação, a marca e a imagem de uma empresa são cada vez mais moldadas não apenas pelas ações internas, mas também pela percepção pública, amplificada pelas redes sociais e pelas interações informais entre colaboradores e suas redes pessoais. O impacto das redes sociais no cenário corporativo é imenso, e um pequeno deslize pode ter repercussões significativas e rápidas. Nesse contexto, as empresas precisam mais do que nunca integrar três pilares essenciais em sua estratégia: Eficiência, Ética e Empatia.
Esses 3 E's são fundamentais para a gestão eficaz da reputação e têm sido amplamente debatidos com nossos clientes que utilizam soluções de Experiência dos Empregados. A teoria dos 3 E's propõe que, para as empresas se destacarem em um mercado competitivo e complexo, elas devem focar em integrar esses três princípios de forma sólida e contínua:
Os conselhos de administração estão cada vez mais cientes de que essas questões são fundamentais para garantir não só a estabilidade, mas também o crescimento saudável das organizações.
No cenário atual, onde a transparência e a responsabilidade social estão no centro das expectativas do consumidor, as empresas precisam integrar esses princípios de forma estratégica e consistente. Os consumidores, cada vez mais, esperam que as empresas não apenas forneçam produtos e serviços de qualidade, mas que também ajam de forma ética e se mostrem sensíveis às questões sociais e humanitárias.
A gestão de crises reputacionais: preparação e ações proativas
A pesquisa Reputational Risk Readiness da WTW indica que 99% das empresas globalmente reconhecem o risco reputacional como um dos maiores desafios corporativos. Esse dado é alarmante e, ao mesmo tempo, revelador: a maioria das empresas já está ciente do impacto que uma crise de imagem pode ter, mas poucas estão realmente preparadas para enfrentá-la de forma eficaz.
As crises de reputação podem surgir de diversas formas, desde falhas operacionais até questões comportamentais em eventos corporativos ou, mais amplamente, pela falta de alinhamento com os valores da empresa. No contexto das festas de fim de ano, por exemplo, onde as interações informais estão mais expostas, os comportamentos dos executivos e colaboradores podem rapidamente ganhar visibilidade, especialmente nas redes sociais, impactando diretamente a imagem da empresa.
Em momentos como esse, a reputação corporativa pode ser colocada à prova. Um erro de julgamento, uma postura inadequada ou uma fala infeliz em um evento social pode gerar danos irreversíveis, afetando não só a imagem da empresa, mas também a confiança de clientes, parceiros e colaboradores. Por isso, o gerenciamento da reputação não é apenas uma prioridade, é uma responsabilidade estratégica.
Seis passos para garantir resiliência reputacional
O estudo da WTW também sugere que muitas empresas ainda não possuem a capacidade de mensurar os impactos reais de uma crise de reputação. Apenas 11% das empresas têm uma capacidade avançada de modelar os custos e as responsabilidades associadas a danos reputacionais. Isso destaca a importância de estar preparado, com um plano bem estruturado, para agir rapidamente em situações adversas.
Para ajudar a mitigar os impactos de uma crise e a fortalecer a resiliência da empresa, recomenda-se seis passos fundamentais para a gestão de crises reputacionais:
A preparação é a chave para a sustentabilidade
A gestão eficaz da reputação não é apenas uma resposta reativa a crises, mas sim uma estratégia contínua de preparação. As empresas que se preparam adequadamente para gerenciar riscos reputacionais são muito mais capazes de se recuperar rapidamente de crises e continuar a crescer de maneira sustentável. Não seja parte do 1% que subestima a importância da reputação. A construção e proteção da imagem corporativa devem ser uma prioridade estratégica em todos os níveis da organização, pois a reputação é um dos maiores ativos de qualquer empresa.
Prepare-se. A reputação é um bem valioso. Cuide dela com a mesma dedicação com que cuida de outros ativos da sua empresa.