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Luz no fim do túnel?

Há mais de um ano que boa parte da opinião pública e quase a unanimidade do empresariado concordavam que o maior problema da economia brasileira estava do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Hoje, pouco mais de um mês após o presidente Temer assumir, parece ficar claro que o buraco é um pouco mais embaixo. […]

MICHEL TEMER: se apoiar o Congresso, presidente será mais impopular; se vetar as medidas contra corrupção, pode perder apoio para reformas / Andressa Anholete / Getty Images (Andressa Anholete/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2016 às 13h04.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h21.

Há mais de um ano que boa parte da opinião pública e quase a unanimidade do empresariado concordavam que o maior problema da economia brasileira estava do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Hoje, pouco mais de um mês após o presidente Temer assumir, parece ficar claro que o buraco é um pouco mais embaixo. Embora a equipe liderada por Henrique Meirelles tenha sido um grande acerto (acerto, aliás, muitas vezes proposto pelo ex-presidente Lula para sua sucessora e nunca acatado por ela) e o plano de concessões liderado por Moreira Franco possa significar uma sinalização aos investidores internacionais, o único sinal de melhora da economia que tivemos até aqui foi a – ainda insuficiente – inicial trajetória de queda da inflação, fruto da diminuição da demanda. A bolsa de valores continua tão volátil quanto o humor dos brasileiros.

A crise política parece não ter fim. Presidente do Senado investigado, Ministério da Cultura extinto e reaberto (e várias de suas sedes estaduais permanecem até hoje ocupadas), Alexandre Frota recebido pelo novo ministro da Educação, três ministros abatidos pela Lava-Jato. Fica claro que a crise de perspectiva e de liderança continua. Apenas 27,2% dos brasileiros acreditam que a situação do emprego vai melhorar, e apenas 19,8% acreditam em um aumento na sua renda pessoal nos próximos seis meses, segundo as últimas pesquisas da CNT/MDA. O mesmo levantamento mostra que a população não está vendo melhora no novo governo (apenas 20,1% enxergaram algo de bom) e tampouco quer a volta do governo anterior (62,4% dos eleitores acreditam que foi correto o processo de afastamento da presidente Dilma) e que hoje mais da metade da população – 50,3% – defende novas eleições. A credibilidade das instituições está no limbo e apenas o poder judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público contam com alguma simpatia da população. Cenário triste, já que nenhuma destas instituições conta com o voto popular. Da política para a crise de perspectiva. Da crise de perspectiva para a de representatividade. Junto com a economia nossa jovem democracia terá que se reinventar. Em nossas pesquisas pelo Brasil, algumas perguntas não param de se repetir:

Qual a diferença entre o novo e o antigo governo sobre o combate à corrupção?

Quem pagará a conta do ajuste fiscal?

Os programas sociais são gastos ou investimentos? E as bolsas nas universidades?

Teremos o reajuste no Bolsa família? O Mais Médicos vai continuar?

Infelizmente, por mais que eu faça parte do time dos que preferem enxergar o copo “meio cheio”, está difícil ver qualquer tipo de luz no túnel da crise econômica brasileira.

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A crise política parece não ter fim. Presidente do Senado investigado, Ministério da Cultura extinto e reaberto (e várias de suas sedes estaduais permanecem até hoje ocupadas), Alexandre Frota recebido pelo novo ministro da Educação, três ministros abatidos pela Lava-Jato. Fica claro que a crise de perspectiva e de liderança continua. Apenas 27,2% dos brasileiros acreditam que a situação do emprego vai melhorar, e apenas 19,8% acreditam em um aumento na sua renda pessoal nos próximos seis meses, segundo as últimas pesquisas da CNT/MDA. O mesmo levantamento mostra que a população não está vendo melhora no novo governo (apenas 20,1% enxergaram algo de bom) e tampouco quer a volta do governo anterior (62,4% dos eleitores acreditam que foi correto o processo de afastamento da presidente Dilma) e que hoje mais da metade da população – 50,3% – defende novas eleições. A credibilidade das instituições está no limbo e apenas o poder judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público contam com alguma simpatia da população. Cenário triste, já que nenhuma destas instituições conta com o voto popular. Da política para a crise de perspectiva. Da crise de perspectiva para a de representatividade. Junto com a economia nossa jovem democracia terá que se reinventar. Em nossas pesquisas pelo Brasil, algumas perguntas não param de se repetir:

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Os programas sociais são gastos ou investimentos? E as bolsas nas universidades?

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Infelizmente, por mais que eu faça parte do time dos que preferem enxergar o copo “meio cheio”, está difícil ver qualquer tipo de luz no túnel da crise econômica brasileira.

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