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Higienização total, aglomeração zero

Há  107 shoppings abertos no país (18% do total), em 25% dos municípios; a previsão para próxima semana é de chegarmos nos 155 empreendimentos reabertos

Glauco Humai é cientista político e presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers: sobre o futuro do setor na pandemia (Abrasce/Divulgação)
GD

Guilherme Dearo

Publicado em 25 de maio de 2020 às 10h13.

Última atualização em 25 de maio de 2020 às 11h07.

A crise do COVID-19 afetou a economia de todos os países do mundo; aliás, afetou a vida de cada um de nós. No setor de shopping centers , o impacto foi de 100%. O setor, responsável por 2,7% do PIB, que abriga mais 105 mil lojistas, gera mais de três milhões de empregos, vetor de desenvolvimento para os 222 municípios em que está presente, teve seus 577 shoppings fechados.

Desde o primeiro momento, o setor se movimentou e implementou rápidas medidas relativas à saúde pública, como intensificar limpeza e higienização, disponibilizar álcool 70%, desativar bebedouros, controlar acesso a sanitários, dar maior distanciamento nas praças de alimentação e restaurantes. Foi um movimento rápido, para zelar pela segurança e saúde de seu principal ativo: pessoas.

À medida em que o mundo entendia a doença, seu desenvolvimento e ações a serem tomadas, o setor definiu suas prioridades: saúde e segurança, renda, emprego e crédito para pequenas e médias empresas. O processo de fechamento dos shoppings foi doloroso, pois o fechamento dos equipamentos deixava claro a gravidade do momento.

Ao cumprir os decretos municipais e estaduais, com foco no controle da dispersão do vírus, elencamos medidas econômicas a serem tomada no sentido de garantir a vida de milhares de empresas e a renda de milhões de pessoas. Enviamos sugestões e solicitações a prefeituras, estados e União, endereçando isenção e diferimento de impostos, linhas de crédito com taxas e prazos condizentes com a gravidade do momento. Internamente, no período em que perdemos aproximadamente R$ 25 bilhões em vendas, tomamos uma decisão voltada para nosso parceiro lojista: adiamos e isentamos pagamento de aluguéis, isentamos cobrança de fundo de promoção, reduzimos drasticamente os custos condominiais. Essas ações já somam mais de R$ 2 bilhões.

A experiência internacional mostra que transcorridos 40 ou 50 dias, o Poder Público passa a implementar planos de retomada gradual e regionalizada da atividade econômica. Buscamos referencias internacionais, nacionais, ouvimos profissionais da saúde, nos asseguramos sobre a qualidade do ar. Montamos um robusto Protocolo de Operações, que está totalmente em linha com o que está sendo implementado na China, Japão, Alemanha e EUA, por exemplo. São medidas que visam o distanciamento social, a higiene, sanitização de mobiliário e ambientes, monitoramento e comunicação. Percebe-se, no mundo, que é possível a retomada gradual e segura da atividade econômica quando os dados de saúde apontam nesse sentido.

Os shopping centers não contêm aglomeração de pessoas, pelo contrário. Shoppings são ambientes em que as pessoas circulam de forma organizada, espaçada, com grande amplitude de horário, alternado em relação ao comércio tradicional. Além disso, há controle de fluxo, higienização e limpeza constantes, o que torna os shoppings ambientes seguros, e que podem auxiliar na divulgação de campanhas relacionadas a saúde pública.

O Brasil é um país continental, com realidades diferentes Estado a Estado, cidade a cidade. Os longos dias desde o início do fechamento dos shoppings foram utilizados para investimentos públicos no sistema de saúde, ampliação da capacidade de atendimento da população, para entendimento dos impactos da crise na saúde e na economia.

Há  107 shoppings abertos no país (18% do total), em 25% dos municípios. A previsão para próxima semana é de chegarmos nos 155 empreendimentos reabertos (26% do total) e 28% dos municípios. Temos boas práticas, dados e experiências para podermos discutir com mais elementos planos seguros de reabertura.

A responsabilidade pela decisão de abertura do comércio e dos shoppings é do Poder Público. Todavia, uma vez definida pelo poder público a data para a reabertura, aturemos com cautela, serenidade e responsabilidade, trabalhando para voltar a operar e contribuir para o desenvolvimento do país.

Glauco Humai é cientista político e presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)

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A crise do COVID-19 afetou a economia de todos os países do mundo; aliás, afetou a vida de cada um de nós. No setor de shopping centers , o impacto foi de 100%. O setor, responsável por 2,7% do PIB, que abriga mais 105 mil lojistas, gera mais de três milhões de empregos, vetor de desenvolvimento para os 222 municípios em que está presente, teve seus 577 shoppings fechados.

Desde o primeiro momento, o setor se movimentou e implementou rápidas medidas relativas à saúde pública, como intensificar limpeza e higienização, disponibilizar álcool 70%, desativar bebedouros, controlar acesso a sanitários, dar maior distanciamento nas praças de alimentação e restaurantes. Foi um movimento rápido, para zelar pela segurança e saúde de seu principal ativo: pessoas.

À medida em que o mundo entendia a doença, seu desenvolvimento e ações a serem tomadas, o setor definiu suas prioridades: saúde e segurança, renda, emprego e crédito para pequenas e médias empresas. O processo de fechamento dos shoppings foi doloroso, pois o fechamento dos equipamentos deixava claro a gravidade do momento.

Ao cumprir os decretos municipais e estaduais, com foco no controle da dispersão do vírus, elencamos medidas econômicas a serem tomada no sentido de garantir a vida de milhares de empresas e a renda de milhões de pessoas. Enviamos sugestões e solicitações a prefeituras, estados e União, endereçando isenção e diferimento de impostos, linhas de crédito com taxas e prazos condizentes com a gravidade do momento. Internamente, no período em que perdemos aproximadamente R$ 25 bilhões em vendas, tomamos uma decisão voltada para nosso parceiro lojista: adiamos e isentamos pagamento de aluguéis, isentamos cobrança de fundo de promoção, reduzimos drasticamente os custos condominiais. Essas ações já somam mais de R$ 2 bilhões.

A experiência internacional mostra que transcorridos 40 ou 50 dias, o Poder Público passa a implementar planos de retomada gradual e regionalizada da atividade econômica. Buscamos referencias internacionais, nacionais, ouvimos profissionais da saúde, nos asseguramos sobre a qualidade do ar. Montamos um robusto Protocolo de Operações, que está totalmente em linha com o que está sendo implementado na China, Japão, Alemanha e EUA, por exemplo. São medidas que visam o distanciamento social, a higiene, sanitização de mobiliário e ambientes, monitoramento e comunicação. Percebe-se, no mundo, que é possível a retomada gradual e segura da atividade econômica quando os dados de saúde apontam nesse sentido.

Os shopping centers não contêm aglomeração de pessoas, pelo contrário. Shoppings são ambientes em que as pessoas circulam de forma organizada, espaçada, com grande amplitude de horário, alternado em relação ao comércio tradicional. Além disso, há controle de fluxo, higienização e limpeza constantes, o que torna os shoppings ambientes seguros, e que podem auxiliar na divulgação de campanhas relacionadas a saúde pública.

O Brasil é um país continental, com realidades diferentes Estado a Estado, cidade a cidade. Os longos dias desde o início do fechamento dos shoppings foram utilizados para investimentos públicos no sistema de saúde, ampliação da capacidade de atendimento da população, para entendimento dos impactos da crise na saúde e na economia.

Há  107 shoppings abertos no país (18% do total), em 25% dos municípios. A previsão para próxima semana é de chegarmos nos 155 empreendimentos reabertos (26% do total) e 28% dos municípios. Temos boas práticas, dados e experiências para podermos discutir com mais elementos planos seguros de reabertura.

A responsabilidade pela decisão de abertura do comércio e dos shoppings é do Poder Público. Todavia, uma vez definida pelo poder público a data para a reabertura, aturemos com cautela, serenidade e responsabilidade, trabalhando para voltar a operar e contribuir para o desenvolvimento do país.

Glauco Humai é cientista político e presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)

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