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Educação jurídica como missão pública

Ao completar 20 anos, EPD defende formação jurídica que una tradição, tecnologia e pensamento crítico

 (Leandro Fonseca)

(Leandro Fonseca)

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 11h07.

*Por Chaim Zaher

O ensino do Direito no Brasil está perto de completar 200 anos. Em 1827, D. Pedro 1º criou os dois primeiros cursos do país, em São Paulo e em Olinda, para formar quem viria a operar o Direito. Foi a partir daí que o Brasil começou a formar uma elite intelectual chamada a pensar o Estado, a lei e a própria ideia de vida pública em um país que acabava de se tornar independente. A educação jurídica brasileira participa, assim, diretamente da construção institucional de nossa sociedade.

A EPD (Escola Paulista de Direito), parte do Grupo SEB Educação, faz parte, portanto, de uma nobre linhagem. A instituição que completa 20 anos em 2026 agora ocupa sua nova casa – o edifício em que já funcionou o curso de Direito de outra grande instituição de ensino brasileira: a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O Brasil vive um momento em que se faz necessária uma reflexão profunda sobre a formação de juristas. Como eles vão contribuir na consolidação das nossas instituições, da democracia e da qualificação do debate público no cenário moderno. Um debate importante em um mundo de comunicações instantâneas, com a IA (inteligência artificial) ganhando cada vez mais espaço em inúmeras tarefas, até na Justiça.

O uso cotidiano de IA já deixou claro que o crivo do ser humano é, e continuará a ser indispensável. Por mais que a tecnologia tenha avançado, o toque humano é realmente o que faz a diferença. E isso é observável não só no Direito como no ensino do Direito – e no ensino de forma geral.

Alunos hoje não querem mais o ensino em que um professor se coloca à frente de uma sala repleta de ouvintes, que apenas recebem conteúdos em doses diárias. A nova EPD contará ainda mais com recursos de tecnologia e professores que falam o idioma dessa juventude que se prepara para atuar no campo da Justiça. Tradição e inovação vão conviver lado a lado por muito tempo, talvez mesmo jamais deixe de ser assim. Afinal, ambas se complementam e se exigem.

Em 20 anos, a EPD formou profissionais que hoje atuam no setor público, no Judiciário, na advocacia e nas empresas, e esse legado é tanto parte indissociável do seu futuro como é base para as inovações que estão sempre a caminho. São duas décadas em que a excelência acadêmica e a preocupação com a qualidade do ensino nortearam o nosso caminho. O Grupo SEB entende isso e entrega ao Brasil um curso de Direito que une o melhor da tradição com a mais eficiente tecnologia, que já é referência em qualidade de ensino.

A proposta da EPD é formar profissionais capazes de compreender seus limites, implicações e responsabilidades. O Direito continuará sendo, antes de tudo, uma atividade humana, atravessada por escolhas morais, interpretação e prudência. A incorporação de ferramentas digitais não é simplesmente o acréscimo de um adereço. É preciso desenvolver e estimular o pensamento crítico, que é fundamental para que se possa avaliar os conteúdos disponíveis.

Celebrar os 20 anos da Escola Paulista de Direito, com a inauguração de um novo campus, é reafirmar uma missão da SEB. A educação é o DNA do grupo, que nela atua por acreditar que se trata de uma força transformadora da sociedade. A EPD entra, assim, em sua terceira década de existência com o compromisso de unir a história do ensino jurídico brasileiro ao que sempre nos moveu: a missão de formar profissionais preparados para o seu tempo — e para o que ainda está por vir.

*Chaim Zaher é presidente do Grupo SEB