Um jovem talento da arte milenar
Buscar histórias de motivação, muitas vezes, acaba envolvendo a descoberta de talentos. Confira essa história com a gente!
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 07h22.
Última atualização em 7 de março de 2020 às 21h57.
Buscar histórias de motivação, muitas vezes, acaba envolvendo a descoberta de talentos. E não foi diferente ao encontrarmos Wei Lun Ha, um chinês de 24 anos que descobriu cedo seu talento: a arte da pintura chinesa (Chinese Painting).
Foi durante as comemorações do ano novo chinês, em nossa passagem por Auckland – Nova Zelândia, que nos deparamos com um tipo de arte muito interessante e profunda; um estilo chamado Lingnan. Na mesma mesa em que vários anciãos ocupavam seus lugares para fazerem suas pinturas, Wei Lun estava lá! Descobrimos que é um dos mais jovens pintores da tradicional pintura chinesa fora da China. Em 2007 houve uma conferência de pintores, em Guangzhou (China) em que ele era o mais jovem entre todos os presentes.
Resolvemos então perguntar ao jovem artista o que o motivava a pintar um tipo de arte tão rara e tão complexa nos dias de hoje. Wei Lun nos respondeu que três coisas o motivavam. A primeira era fazer aquilo apenas como hobby, apesar de confessar que seu sonho era ser reconhecido nessa arte, pois também estudava arquitetura na Universidade de Auckland, e em breve pretendia começar a trabalhar nessa área sem largar a pintura. A segunda, era sua vontade de ir para a China e observar a arte tradicional e as paisagens, dessa forma a pintura acabaria lhe trazendo conhecimento e bagagem. E o terceiro motivo pelo qual perpetua e desenvolvia essa arte era a recuperação de sua identidade cultural - se aproximar de suas raízes e entender suas origens. Wei nos disse que sentia vergonha quando era questionado sobre sua cultura e não sabia responder.
Se traçarmos um paralelo com a cultura helênica, a qual inspirou nossa volta ao mundo, notamos semelhanças com o chamado “Caminho do Herói” no qual que se busca o verdadeiro sentido da existência. E curiosamente Wei faz o mesmo, quando tentar resgatar suas origens, pois é necessário saber de onde vem e quem é para descobrir pra onde ir.
Seu talento começou cedo, apenas com 12 anos já adorava desenhar, o que continuou fazendo até o período da faculdade. Mas somente conseguiu revelá-lo após encontrar seu mestre; Thomas Li, o qual ensinou a Wei as verdadeiras filosofias por trás da arte da pintura.
Há 6 anos Wei conheceu seu mestre no casamento de amigos. Li parecia um homem de negócios, deu seu cartão a Wei e disse para ele comparecer em seu escritório no dia seguinte levando seus desenhos. Wei achava que era um bom pintor, mas logo no primeiro encontro com o mestre Li lhe apontou diversas falhas e erros nos seus desenhos. Disse a Wei que não perdesse seu tempo e nem o dinheiro de seus pais com a pintura. Mas Wei Lun foi teimoso, acreditou em si e se dedicou muito nas semanas seguintes pois queria provar ao professor que merecia ser seu aluno. E foi assim, depois de muita persistência e dedicação que Thomas Li o aceitou. Foi através da mais pura “Meritocracia” que seus esforços foram reconhecidos e recompensados, certamente estimulando a motivação de Wei a seguir se desenvolvendo na pintura.
A pintura lhe dava prazer, e enquanto terminava seus estudos, Wei aproveitava para ganhar algum dinheiro com ela. Mas esse não é seu único talento, o garoto se dedicava também à arte dos Origamis, às artes marciais (Chen e Aikido) e fazia Cabeças de Leões como adereços para a tradicional dança chinesa.
Dias depois de nossa conversa, Wei Lun nos mandou um e-mail de agradecimento dizendo que tinha sido muito boa a experiência de conversar com agente, que o papo o tinha feito pensar sobre a espiritualidade de sua arte, podendo entender melhor seu próprio talento. Às vezes as pessoas precisam apenas da oportunidade de serem ouvidas, percebemos em Wei uma empolgação gigante ao nos contar sua história. Seja qual for a pessoa, seja qual for o talento, devemos sempre permitir seu direito de existir.
Texto: Danilo España | Galeria: Wei Lun Ha.
Alguns meses depois de termos publicado essa matéria, Wei nos envia um outro email, dizendo que estava se profissionalizando na pintura e que havia conquistado alguns prêmios. Sua pintura estava começando a ultrapassar os limites do papel, ele tinha começado a pintar grandes murais, paredes, objetos, etc. Nos contou que criou um website de seu trabalho e que era extremamente grato pro termos ajudado a despertar para a importância da sua própria arte, do seu próprio talento. Ele estava realizado. Foi uma surpresa e tanto receber essa mensagem. Isso reafirmou para nós que para revelar pontos luminosos basta darmos valor ao que os outros fazem de melhor e reconhecer seus méritos.
Por Danilo España
Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
Descubra mais sobre o projeto: www.walkandtalk.com.br. Conheça também a página no Facebook.
Buscar histórias de motivação, muitas vezes, acaba envolvendo a descoberta de talentos. E não foi diferente ao encontrarmos Wei Lun Ha, um chinês de 24 anos que descobriu cedo seu talento: a arte da pintura chinesa (Chinese Painting).
Foi durante as comemorações do ano novo chinês, em nossa passagem por Auckland – Nova Zelândia, que nos deparamos com um tipo de arte muito interessante e profunda; um estilo chamado Lingnan. Na mesma mesa em que vários anciãos ocupavam seus lugares para fazerem suas pinturas, Wei Lun estava lá! Descobrimos que é um dos mais jovens pintores da tradicional pintura chinesa fora da China. Em 2007 houve uma conferência de pintores, em Guangzhou (China) em que ele era o mais jovem entre todos os presentes.
Resolvemos então perguntar ao jovem artista o que o motivava a pintar um tipo de arte tão rara e tão complexa nos dias de hoje. Wei Lun nos respondeu que três coisas o motivavam. A primeira era fazer aquilo apenas como hobby, apesar de confessar que seu sonho era ser reconhecido nessa arte, pois também estudava arquitetura na Universidade de Auckland, e em breve pretendia começar a trabalhar nessa área sem largar a pintura. A segunda, era sua vontade de ir para a China e observar a arte tradicional e as paisagens, dessa forma a pintura acabaria lhe trazendo conhecimento e bagagem. E o terceiro motivo pelo qual perpetua e desenvolvia essa arte era a recuperação de sua identidade cultural - se aproximar de suas raízes e entender suas origens. Wei nos disse que sentia vergonha quando era questionado sobre sua cultura e não sabia responder.
Se traçarmos um paralelo com a cultura helênica, a qual inspirou nossa volta ao mundo, notamos semelhanças com o chamado “Caminho do Herói” no qual que se busca o verdadeiro sentido da existência. E curiosamente Wei faz o mesmo, quando tentar resgatar suas origens, pois é necessário saber de onde vem e quem é para descobrir pra onde ir.
Seu talento começou cedo, apenas com 12 anos já adorava desenhar, o que continuou fazendo até o período da faculdade. Mas somente conseguiu revelá-lo após encontrar seu mestre; Thomas Li, o qual ensinou a Wei as verdadeiras filosofias por trás da arte da pintura.
Há 6 anos Wei conheceu seu mestre no casamento de amigos. Li parecia um homem de negócios, deu seu cartão a Wei e disse para ele comparecer em seu escritório no dia seguinte levando seus desenhos. Wei achava que era um bom pintor, mas logo no primeiro encontro com o mestre Li lhe apontou diversas falhas e erros nos seus desenhos. Disse a Wei que não perdesse seu tempo e nem o dinheiro de seus pais com a pintura. Mas Wei Lun foi teimoso, acreditou em si e se dedicou muito nas semanas seguintes pois queria provar ao professor que merecia ser seu aluno. E foi assim, depois de muita persistência e dedicação que Thomas Li o aceitou. Foi através da mais pura “Meritocracia” que seus esforços foram reconhecidos e recompensados, certamente estimulando a motivação de Wei a seguir se desenvolvendo na pintura.
A pintura lhe dava prazer, e enquanto terminava seus estudos, Wei aproveitava para ganhar algum dinheiro com ela. Mas esse não é seu único talento, o garoto se dedicava também à arte dos Origamis, às artes marciais (Chen e Aikido) e fazia Cabeças de Leões como adereços para a tradicional dança chinesa.
Dias depois de nossa conversa, Wei Lun nos mandou um e-mail de agradecimento dizendo que tinha sido muito boa a experiência de conversar com agente, que o papo o tinha feito pensar sobre a espiritualidade de sua arte, podendo entender melhor seu próprio talento. Às vezes as pessoas precisam apenas da oportunidade de serem ouvidas, percebemos em Wei uma empolgação gigante ao nos contar sua história. Seja qual for a pessoa, seja qual for o talento, devemos sempre permitir seu direito de existir.
Texto: Danilo España | Galeria: Wei Lun Ha.
Alguns meses depois de termos publicado essa matéria, Wei nos envia um outro email, dizendo que estava se profissionalizando na pintura e que havia conquistado alguns prêmios. Sua pintura estava começando a ultrapassar os limites do papel, ele tinha começado a pintar grandes murais, paredes, objetos, etc. Nos contou que criou um website de seu trabalho e que era extremamente grato pro termos ajudado a despertar para a importância da sua própria arte, do seu próprio talento. Ele estava realizado. Foi uma surpresa e tanto receber essa mensagem. Isso reafirmou para nós que para revelar pontos luminosos basta darmos valor ao que os outros fazem de melhor e reconhecer seus méritos.
Por Danilo España
Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
Descubra mais sobre o projeto: www.walkandtalk.com.br. Conheça também a página no Facebook.