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Colunista
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 17h02.
Qualquer pesquisa que se proponha a registrar o panorama atual do antigomobilismo mundial certamente revelará um dos principais desafios do setor: a falta de itens de acabamento e tapeçaria para suprir a demanda das restaurações. Não se tem notícia de pesquisas ou estudos sobre este recorte específico, mas se houvesse, nos trariam gráficos cruzando o valor das reformas à escassez de frisos, adesivos e tapetes.
Há saídas, como peças magicamente expelidas de impressoras 3D. Mas, seja por falta de acesso à tecnologia ou até mesmo desconhecimento dela, o mercado reclama cada vez mais da dificuldade de repor aquele tecido de painel de porta específico daquele ano, um botão do ar-condicionado que só o topo de linha, portanto menos produzido, teve; ou a manopla do câmbio que só aquele GTS, GTI, Sport ou seja lá o Classic Elegance Black Premium que for empunha.
Revestimentos de bancos imperfeitos também são um problema para o colecionador mais perfeccionista. Por isso é uma ótima notícia a Porsche acabar de relançar os icônicos Pepita, Tartan e Pasha, cultuados estofamentos das décadas de 1960, 1970 e 1980 que agora podem ser encomendados em qualquer Porsche Center.
“Com o relançamento desses tecidos, estamos preenchendo uma lacuna, porque a maioria dos clientes deseja restaurar seus carros históricos ou clássicos mais recentes o mais próximo possível da condição original”, afirma Ulrike Lutz, Diretora da Porsche Classic.
A matriz para a reprodução dos clássicos revestimentos de modelos como 356, 911 Turbo e 928 foi o arquivo histórico da empresa. A Porsche também adquiriu itens raros de estoque antigo: nos Estados Unidos, por exemplo, especialistas encontraram um banco de 911 completamente intacto.
“Guardado em um armário protegido da luz e, portanto, perfeitamente preservado, esse item foi ouro puro para nós”, recorda o gerente de produto Lukas Werginz. O certificado técnico para veículos clássicos da Porsche também serve como referência para a especificação original.

Eis o que diz a Porsche sobre cada tecido:
“A partir de 1963, o padrão Pepita passou a ser oferecido como opção para os bancos do Porsche 356 e, dois anos depois, também para o 911 da primeira série. O Pepita é composto por pequenos quadros conectados entre si por listras diagonais. O nome do padrão vem do nome artístico da dançarina espanhola do século XIX, Josefa Durán y Ortega, conhecida como ‘Pepita de Oliva’.
Já os tecidos Tartan simbolizam tradição e artesanato, pertencimento e autoconfiança – dizem. Em 1974, a Porsche ofereceu três padrões do tipo exclusivamente na lista de equipamentos do 911 Turbo. Somente no ano-modelo 1976 eles também passaram a ser disponibilizados para o 911. O Tartan é caracterizado por seu padrão xadrez, criado durante o processo de tecelagem por meio do uso de fios de diferentes cores.
Inspirado nas bandeiras quadriculadas em movimento, o padrão Pasha presta homenagem ao universo do automobilismo. Apresentado ao público pela primeira vez em um 928, em 1977, no sul da França — e posteriormente oferecido também nos modelos 911, 924 e 944 até meados da década de 1980 — o padrão tornou-se um dos elementos de design interior mais marcantes da Porsche. O nome “Pasha” foi escolhido para evocar a imagem de sultões otomanos reclinados em confortáveis almofadas de seda e veludo”.
Pois Pasha foi o revestimento escolhido para o primeiro 911 Spirit 70 a desembarcar no Brasil, na última semana – quase simultaneamente ao relançamento dos clássicos estofamentos.
Em 2020, a marca alemã lançou a gama Heritage Design com o 911 Targa 4S Heritage Design Edition, que reverenciava as décadas 1950 e 1960 do automobilismo. O segundo modelo viria em 2022: segundo a Porsche, o 911 Sport Classic nasceu como uma reinterpretação dos anos 1960 e 1970.
O terceiro Heritage Design é um 911 batizado de Spirit 70, que segue a linha “agora com um olhar voltado ao estilo vibrante e ousado dos anos 1970”. É o primeiro conversível da série.
Dos 1500 exemplares produzidos, apenas 11 são para o mercado brasileiro. O primeiro deles é o número 1.022. Pintado na cor Olive Neo, ostenta uma faixa em preto acetinado sobre o capô com o nome do modelo. As rodas “Fuchs” com acabamento Bronzite são de bom gosto, assim como a plaqueta “Heritage” na grade – emblema dos anos 1950 concedido aos veículos que atingiam 100 mil quilômetros.
Baseado no Carrera GTS Cabriolet, o Spirit 70 tem portando motor 3.6 com sistema T-Hybrid, composto por um turbocompressor de acionamento elétrico e um motor elétrico integrado à transmissão PDK. São 541 cv e 62 kgfm de torque.
“Os modelos Heritage Design despertam entusiasmo global entre colecionadores. Após o êxito das duas primeiras edições, temos orgulho de oferecer um terceiro modelo ainda mais exclusivo”, se gaba Alexander Fabig, Vice-Presidente de Personalização e Clássicos da Porsche.