Meu filho, um educador
Preferi, então, escrever sobre um assunto que entrou no meu radar desde o ano passado: a falta de educadores no Brasil.
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 14h14.
Por Aluizio Falcão Filho
Esta é minha última coluna do ano e pensei seriamente em listar uma série de resoluções para 2022. Mas me lembrei o destino deste tipo de lista – o esquecimento ou a procrastinação. É como naquele meme: comecei o ano querendo emagrecer cinco quilos e agora só preciso perder nove. Preferi, então, escrever sobre um assunto que entrou no meu radar desde o ano passado: a falta de educadores no Brasil.
Muitos irão falar que a educação brasileira está infestada de professores esquerdistas – e isso, em muitos casos, é verdade. Mas um jovem não necessariamente será influenciado pelo que diz seu professor. Minha filha de treze anos contou recentemente uma discussão que houve em uma determinada aula: os alunos simplesmente não concordaram com uma tese defendida pelo rapaz que conduzia a matéria.
Existe um grande desafio neste mundo da educação – encontrar bons profissionais. Mas isso não ocorre em todas as profissões? Sem dúvida. Mas lanço aqui um desafio: quando foi a última vez que você escutou um jovem dizendo que queria ser professor?
Eu, ao contrário da maioria esmagadora das pessoas, já ouvi isso. E posso até dizer quando. Foi em meados de 2019, quando meu filho disse que iria ser professor quando terminasse a faculdade e que gostaria de trabalhar com educação. Ele terminou seu bacharelado e a licenciatura na semana passada – e foi contratado como professor auxiliar para Ciências Humanas em uma escola do Itaim Bibi, em São Paulo.
Ele foi um dos autores do plano de adaptação do currículo da instituição ao novo Ensino Médio e criou uma disciplina, que engloba cidadania e o respeito à Natureza. O rapaz não pretende ficar por aí. Tem planos para o mestrado e o doutorado – além de esquadrinhar iniciativas para o ensino público.
Posso dizer, com orgulho, que meu filho abriu mão de uma carreira que o levaria rapidamente ao conforto material para seguir seus ideais. Isso não quer dizer, porém, que ele terá uma vida espartana. É tão grande a sua paixão pela Educação que enxergo uma vida de realizações à sua frente – incluindo recompensas financeiras (que não é a única forma de se medir o sucesso das pessoas).
Dizem que, em um determinado momento da vida, começamos a aprender com nossos filhos. Isso já acontece comigo e vejo com grande alegria florescer em minha família um talento voltado à Educação. Torço para que outros jovens trilhem esse caminho. Pois somente com uma educação de alto nível e ao alcance da maioria da população é que tiraremos o Brasil da condição de eterna promessa para de fato nos tornarmos uma nação de Primeiro Mundo.
Desejo a todos Boas Festas e estarei de volta no dia 6 de janeiro. Até lá e Feliz Ano Novo.
Por Aluizio Falcão Filho
Esta é minha última coluna do ano e pensei seriamente em listar uma série de resoluções para 2022. Mas me lembrei o destino deste tipo de lista – o esquecimento ou a procrastinação. É como naquele meme: comecei o ano querendo emagrecer cinco quilos e agora só preciso perder nove. Preferi, então, escrever sobre um assunto que entrou no meu radar desde o ano passado: a falta de educadores no Brasil.
Muitos irão falar que a educação brasileira está infestada de professores esquerdistas – e isso, em muitos casos, é verdade. Mas um jovem não necessariamente será influenciado pelo que diz seu professor. Minha filha de treze anos contou recentemente uma discussão que houve em uma determinada aula: os alunos simplesmente não concordaram com uma tese defendida pelo rapaz que conduzia a matéria.
Existe um grande desafio neste mundo da educação – encontrar bons profissionais. Mas isso não ocorre em todas as profissões? Sem dúvida. Mas lanço aqui um desafio: quando foi a última vez que você escutou um jovem dizendo que queria ser professor?
Eu, ao contrário da maioria esmagadora das pessoas, já ouvi isso. E posso até dizer quando. Foi em meados de 2019, quando meu filho disse que iria ser professor quando terminasse a faculdade e que gostaria de trabalhar com educação. Ele terminou seu bacharelado e a licenciatura na semana passada – e foi contratado como professor auxiliar para Ciências Humanas em uma escola do Itaim Bibi, em São Paulo.
Ele foi um dos autores do plano de adaptação do currículo da instituição ao novo Ensino Médio e criou uma disciplina, que engloba cidadania e o respeito à Natureza. O rapaz não pretende ficar por aí. Tem planos para o mestrado e o doutorado – além de esquadrinhar iniciativas para o ensino público.
Posso dizer, com orgulho, que meu filho abriu mão de uma carreira que o levaria rapidamente ao conforto material para seguir seus ideais. Isso não quer dizer, porém, que ele terá uma vida espartana. É tão grande a sua paixão pela Educação que enxergo uma vida de realizações à sua frente – incluindo recompensas financeiras (que não é a única forma de se medir o sucesso das pessoas).
Dizem que, em um determinado momento da vida, começamos a aprender com nossos filhos. Isso já acontece comigo e vejo com grande alegria florescer em minha família um talento voltado à Educação. Torço para que outros jovens trilhem esse caminho. Pois somente com uma educação de alto nível e ao alcance da maioria da população é que tiraremos o Brasil da condição de eterna promessa para de fato nos tornarmos uma nação de Primeiro Mundo.
Desejo a todos Boas Festas e estarei de volta no dia 6 de janeiro. Até lá e Feliz Ano Novo.