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1 dólar para marcar um “x” – e US$ 9.999 por saber onde fazer a marcação

Como Charles Proteus Steinmetz entrou para a história como personagem de uma história com Henry Ford

Henry Ford circula pelas ruas de Detroit em um carro de sua empresa, em 1905 (Keystone Features/Getty Images)
Henry Ford circula pelas ruas de Detroit em um carro de sua empresa, em 1905 (Keystone Features/Getty Images)

Ele media 1,22 metro, tinha uma corcova e era estrábico. Mas foi um dos maiores gênios da história moderna e de sua mente surgiram soluções que ajudaram a distribuir energia elétrica nas cidades e evitar tragédias com a explosão provocada por relâmpagos em linhas de transmissão. Seu nome de batismo era Karl August, mas ficou conhecido mundialmente no início do Século 20 como Charles Proteus Steinmetz.

Nascido na região onde hoje é a Polônia, Steinmetz se tornou um dos principais ativos intelectuais da General Electric e foi ele quem desenvolveu as teorias de Nikolas Tesla sobre corrente alternada, uma técnica imprescindível para que a energia elétrica fosse distribuída pelos Estados Unidos, promovendo um forte crescimento econômico naquele país (o mesmo sistema seria replicado em outras nações).

Sua capacidade de concentração era invejável. Em uma determinada ocasião, ele estava tão absorto em um jogo de xadrez durante uma tempestade que não percebeu quando um relâmpago atingiu sua casa. Somente quando a eletricidade foi cortada é que Steinmetz percebeu que alguma coisa estava errada. Mas estava tão concentrado no jogo que acendeu uma vela, colocou-a ao lado do tabuleiro e continuou a partida como se nada tivesse acontecido.

Mas Steinmetz entrou para a história como personagem de uma história com Henry Ford. A linha de montagem de Ford em River Rouge, no estado do Michigan, estava sofrendo oscilações por conta de instabilidade em sua corrente elétrica. O empresário chamou vários especialistas, mas ninguém conseguiu resolver seu problema. Até que alguém indicou o engenheiro de G & E, que examinou todas as suas geringonças elétricas, até se concentrar em um gerador.

Pediu um caderno, uma caneta e uma pequena cama, onde dormiu duas noites, acordando toda a hora que a máquina fazia um barulho diferente. Fez inúmeros cálculos até que chegou a uma conclusão. Pediu então uma escada, uma fita métrica e um pedaço de giz.

Usou a escada para subir no gerador e usou a fita métrica para escolher um ponto específico da lataria, onde fez um “x”. Depois, orientou os engenheiros da Ford que removessem a placa onde a marca tinha sido feita. Em seguida, eles teriam de desmontar a bobina do gerador e remover 16 voltas de fio.

Os funcionários da Ford, céticos, seguiram as suas instruções. E, como em um passe de mágica, o gerador passou a funcionar sem sobressaltos e a linha de produção deixou de sofrer interrupções no fornecimento de energia.

Até aí, essa parece ser uma história comum.

Henry Ford, então, entrou em contato com a General Electric e pediu a conta. Steinmetz mandou uma fatura de US$ 10.000. Ford, então, demandou que o documento descrevesse os serviços prestados. Steinmetz, então, escreveu: “Marca de giz no gerador: US$ 1; Saber onde fazer a marca de giz: US$ 9.999”. Henry Ford, desta vez, pagou a conta sem pestanejar.

A história entre os dois foi revelada apenas em um texto publicado pela revista Life em 1965. E tornou Steinmetz um símbolo do valor do conhecimento em um mundo dominado pela tecnologia. Muitos a enxergam como uma anedota, mas é um exemplo inequívoco da importância em se combinar informação e experiência. A conclusão dessa história? Precisamos de mais indivíduos como Steinmetz no mundo de hoje. Urgentemente.