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O Marketing chato está com os dias contados

Vivemos uma época em que as gerações têm relações e percepções bem diferentes sobre propagandas

TV; Televisão (dowell/Getty Images)
TV; Televisão (dowell/Getty Images)

Vivemos uma época em que as gerações têm relações e percepções bem diferentes sobre propagandas. Há poucos anos, era comum reunirmos a família para assistir a uma novela na televisão. O programa começava mais ou menos às 21h30 e esperávamos ansiosamente por esse momento. Entre as histórias e tramas do enredo, éramos “presenteados” com breaks comerciais – um intervalo que muitas vezes começava e terminava com um som de “plim plim”. Era o momento de ir ao banheiro, pegar uma água ou assistir aos anúncios dos patrocinadores daquele programa. Esperávamos pacientemente até que os comerciais acabassem para sabermos se aquela atriz ia finalmente encontrar o seu filho na história. Quando o episódio acabava, aguardávamos até o dia seguinte pelo próximo, que começará mais ou menos no mesmo horário. 

Tente explicar isso para as novas gerações. Tente explicar que no passado tínhamos que torcer para que a nossa música favorita tocasse na rádio e tentávamos gravar com uma fita para ouvir de novo. 

Como assim? Como assim, você não sabe que horas exatamente começa o episódio? Como assim, eu não posso assistir todos de uma vez? Como assim sou obrigado a ver propagandas no meio? Como assim, eu não consigo ouvir a música que eu quiser quando eu quiser? Nada disso faz sentido para eles. São uma geração que nasceu podendo clicar em tudo, acostumada com conteúdos rápidos, dinâmicos e com possibilidades de pular anúncios. 

Para eles, em especial, o marketing é torturante.... anúncios são “chatices a serem evitadas”. Uma pesquisa realizada pela Kantar Millward Brown com consumidores de diferentes idades em 39 países, mostrou que os consumidores mais jovens são mais propensos a usar a tecnologia para evitar a publicidade, como bloqueadores de anúncios e assinaturas de serviços de streaming sem anúncios.  

Agora é o tempo da maratona, assistir tudo de uma só vez, nada de esperar para o outro dia. O que o jovem quer é ir direto ao seu desejo, não quer ter propaganda mediando, ocupando aquele espaço incômodo entre uma pessoa e seu conteúdo preferido. Talvez os adolescentes de hoje não representem muito das suas vendas e isso não pareça tão preocupante. Mas o que acontecerá em alguns anos, quando essa geração representar a maior parte do seu faturamento? 

O Marketing que parece Marketing está com os dias contados. Mas junto com o fim desse ciclo surge um novo, ainda mais interessante, que remete à oportunidade que temos de servir aos nossos clientes, oferecendo a eles o alívio certo para as suas dores. 

Ninguém aguenta mais anúncios chatos e insistentes de coisas que não precisamos. Mas todos precisamos de ajudas no dia a dia e, se percebermos que é isso que uma marca está nos oferecendo, abriremos para ela os braços, o coração e até... a carteira. 

A melhor estratégia de Marketing do mundo é você se importar com o seu cliente.