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O que está ruim, pode ficar ainda pior

O governo brasileiro enfrenta um momento complicado, e precisa dar uma guinada forte em sua política econômica e maneira de enxergar as coisas, sob o risco de comprometer de maneira mais séria e permanente a economia do país. Existe uma confluência negativa de fatores externos e internos que alavanca os problemas econômicos enfrentados pelo governo e potencializa suas consequências sobre a economia local. fatores externos: – retomada do crescimento nos […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 17 de junho de 2013 às, 11h01.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h59.

O governo brasileiro enfrenta um momento complicado, e precisa dar uma guinada forte em sua política econômica e maneira de enxergar as coisas, sob o risco de comprometer de maneira mais séria e permanente a economia do país.

Existe uma confluência negativa de fatores externos e internos que alavanca os problemas econômicos enfrentados pelo governo e potencializa suas consequências sobre a economia local.

fatores externos:

– retomada do crescimento nos EUA, e a diminuição em breve dos estímulos monetários concedidos pelo FED ao longo dos últimos anos pós-crise de 2008; perda de vitalidade da economia chinesa, com a consequente queda na demanda de commodities – em particular as produzidas pelo Brasil-; fraqueza recorrente apresentada pela economia europeia.

fatores internos:

– o governo brasileiro continua a insistir em uma política de estímulo à demanda agregada, quando os consumidores locais já comprometeram grande parte de sua renda por meio da compra de bens de consumo duráveis financiados em prestações. Os gastos do governo acabam por deslocar investimentos produtivos ao invés de estimulá-los

– caso a economia local não retome a rota do crescimento, pode haver elevação da inadimplência – que já está alta -, devido a um possível aumento do desemprego.

O erro de avaliação da situação e diagnóstico econômico equivocado empreendido pelo governo têm produzido as seguintes consequências econômicas:

– inflação alta e disseminada, com destaque para a do setor de serviços que tem capacidade de elevação de preços; perda do poder aquisitivo da população; perda de competitividade da indústria, queda nos lucros e nos investimentos; baixo crescimento econômico; alta do dólar e do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos (aumento das importações e crescimento das remessas de lucros para o exterior); perda de credibilidade na política econômica do governo, devido ao aumento dos gastos e desarranjo nas contas públicas entre outros fatores; queda continuada da bolsa de valores e desinteresse em investimentos de portfolio pelos investidores estrangeiros.

No caso da bolsa de valores, o fato pode ser comprovado pelos gráficos do Ibovespa, a seguir. Pode-se observar o gráfico semanal dentro de um horizonte mais longo – desde a crise de 2008/2009 – e, logo abaixo, o de 1 ano.

Ibovespa semanal - desde 2008

Ibovespa semanal - 1 ano

O remédio implementado pelo governo com o aumento dos juros, que deve complicar ainda mais a situação da indústria local, pode não ter a eficácia desejada no combate à inflação devido ao desequilíbrio fiscal apresentado pelo governo, com diminuições sucessivas do seu superávit primário – proporcionado pela farra de gastos, reduções tarifárias e desonerações fiscais.

Portanto, caso o governo não implemente essa guinada forte em sua política econômica e maneira de enxergar as coisas, irá comprometer de maneira mais séria e permanente a economia brasileira.

Ou seja, o que está ruim, pode ficar ainda pior.

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