O perigo mora ao lado?
Não exatamente ali, mas na Ásia, na Europa e nos EUA. Ásia: a economia chinesa parece que está dando sinais de cansaço, com queda nos indicadores de atividade industrial, que no mês de maio apontaram para o menor nível em 7 meses. Europa: a perspectiva de menor crescimento econômico no continente para os próximos meses – continuidade da recessão -, e a eventual necessidade de implementação de maiores estímulos por […] Leia mais
Publicado em 27 de maio de 2013 às, 11h21.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h01.
Não exatamente ali, mas na Ásia, na Europa e nos EUA.
Ásia: a economia chinesa parece que está dando sinais de cansaço, com queda nos indicadores de atividade industrial, que no mês de maio apontaram para o menor nível em 7 meses.
Europa: a perspectiva de menor crescimento econômico no continente para os próximos meses – continuidade da recessão -, e a eventual necessidade de implementação de maiores estímulos por parte do BCE para estimular a retomada, indica a fragilidade da economia local.
EUA: em algum momento, não muito distante, os estímulos monetários deverão ser retirados em face da consolidação da recuperação econômica do país, apesar de que o desemprego ainda esteja acima do desejado pelo FED.
Problemas
O que já está ocorrendo e deve complicar o cenário para o Brasil: valorização do dólar frente ao euro e outras moedas impulsionando a queda no preço das commodities que ficam mais caras em dólar, além de que a perspectiva de queda na demanda das commodities pela China deve acentuar esse movimento.
A convivência com uma inflação mais alta, além de políticas econômicas (fiscal e monetária) de resultados duvidosos, contribuem para aumentar a incerteza sobre a direção da economia brasileira e patamar do crescimento econômico local.
O governo vem exercitando uma política fiscal expansionista, ao sacrificar a meta de superávit fiscal estabelecida anteriormente. O aumento das despesas correntes do governo, sua política de reduções tarifárias, renúncias fiscais e desoneração das folhas de pagamento de certos setores têm ajudado pontualmente no combate à inflação, mas a um preço muito alto: queda na credibilidade e efetividade de uma política fiscal alinhada com a manutenção de bons fundamentos para a economia.
Ademais, a redução da “poupança do governo” com a manutenção do padrão atual de consumo da sociedade têm feito com que o déficit em conta corrente (setor externo) do país aumente na mesma proporção, indicando que o valor do dólar pode vir a ser pressionado para cima; o que obrigaria o governo a atuar de maneira recorrente no câmbio, desfazendo-se de parte de suas reservas externas, e a dar continuidade ao ciclo de alta da taxa Selic para impedir que a inflação se descole expressivamente do teto da meta de 6,50% a.a. estabelecida pelo governo.
A queda de cerca de 7% da bolsa de valores de Tóquio, no início da semana passada, mostra o grau de incerteza presente nos mercados internacionais.
A fragilidade do índice Ibovespa, com alta concentração em ativos ligados às commodities (mineradoras, empresas petroleiras, siderúrgicas entre outras), inspira cuidados. Entretanto, outras ações, não pertencentes ao Ibovespa, também podem apresentar desempenho ruim se o quadro econômico se complicar.
Veja, a seguir, o gráfico candlestick semanal do índice Ibovespa até 24/05/13.
Apesar da recuperação ao longo da semana passada, o Ibovespa ainda não conseguiu confirmar o rompimento de importante resistência na faixa dos 56.200 pontos. O desempenho do índice ao longo dessa semana será decisivo para determinar a reversão ou não da tendência de baixa estabelecida desde o início do ano.
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