O agente autônomo de investimentos tem futuro?
“… Aviso aos navegantes: só será possível sobreviver no negócio de agente autônomo caso se obtenha escala suficiente para absorver o impacto resultante do aumento dos custos e da concorrência em futuro próximo…”. A CVM vem, nos últimos anos, regulamentando , cada vez mais, a atividade de agente autônomo de investimentos no mercado financeiro. A rigor, o agente autônomo faz parte do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários […] Leia mais
Publicado em 11 de novembro de 2013 às, 16h18.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h44.
“… Aviso aos navegantes: só será possível sobreviver no negócio de agente autônomo caso se obtenha escala suficiente para absorver o impacto resultante do aumento dos custos e da concorrência em futuro próximo…”.
A CVM vem, nos últimos anos, regulamentando , cada vez mais, a atividade de agente autônomo de investimentos no mercado financeiro. A rigor, o agente autônomo faz parte do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários do sistema financeiro nacional (SFN) e faz a intermediação na venda de títulos e valores mobiliários para investidores.
Há muitos (e muitos) anos atrás, tornar-se agente autônomo de investimentos (AAI) era uma coisa simples para as pessoas físicas, muito interessante para bancos com pequena rede de agências e para corretoras e distribuidoras de valores que alavancavam a receita por meio dessa atividade.
Bastava para isso, que o candidato a AAI fosse aprovado em uma prova ridiculamente fácil (que exigia pouco mais do que saber escrever do candidato) e o interesse da instituição (banco, corretora, distribuidora) em tê-lo como agente e distribuidor de seus produtos financeiros de investimento.
Àquela época, assim como atualmente, o principal fator de sucesso para essa atividade era, basicamente, a “carteira” de clientes que se possuísse. Muitos grupos financeiros fortes chegaram a utilizar essa “força de vendas” como, por exemplo, o Banco Crefisul de Investimentos, que foi um dos precursores na utilização de agentes autônomos – ainda à época que detinha uma “associação” com o Citibank.
Entretanto, muita coisa mudou de lá para cá: além do forte crescimento do mercado financeiro, a globalização tornou-o mais sofisticado e complexo. As exigências para que uma pessoa venha a se tornar AAI aumentaram muito, a começar pelo exame de certificação em nível muito mais rigoroso, e obrigatoriedade no cumprimento de uma série de regulamentações da CVM e da ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias), atual entidade credenciadora para os AAI.
Cada vez mais, seja em decorrência da fiscalização mais cerrada sobre a atividade por parte dos orgãos reguladores, seja pelo próprio momento que o mercado vive, pós-crise de 2008, o futuro dos agentes autônomos está em discussão. A atividade vem enfrentando mais e mais desafios para sobreviver.
O futuro da atividade tem perspectivas pouco animadoras (principalmente para os pequenos AAI), e deve passar por um processo de “consolidação” em breve. Isso decorre tanto da concorrência, cada vez mais acirrada, quanto do aumento dos custos estabelecido pela necessidade de atendimento a uma série, crescente, de exigências dos orgãos reguladores (CVM e ANCORD) e auto-reguladores como a bolsa de valores (BMF&Bovespa).
Aviso aos navegantes: só será possível sobreviver no negócio de agente autônomo caso se obtenha escala suficiente para absorver o impacto resultante do aumento dos custos e da concorrência em futuro próximo. Quem viver verá…
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