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Investir em título prefixado agora é bom negócio?

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (COPOM) acaba de reduzir a taxa básica de juros da economia (taxa Selic) em 0,75 ponto percentual, tendo fixado seu patamar em 9,75% a.a. Essa taxa serve de referência para as taxas de juros prefixadas e pós-fixadas brasileiras. Veja como estão as projeções da taxa Selic para os próximos meses no link abaixo. Estudo: Curvas de Juros Spot e a […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 11 de março de 2012 às, 12h01.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h32.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (COPOM) acaba de reduzir a taxa básica de juros da economia (taxa Selic) em 0,75 ponto percentual, tendo fixado seu patamar em 9,75% a.a. Essa taxa serve de referência para as taxas de juros prefixadas e pós-fixadas brasileiras. Veja como estão as projeções da taxa Selic para os próximos meses no link abaixo.

Estudo: Curvas de Juros Spot e a Termo – 09/03/2012 (às 12h23)

A remuneração prefixada para investimentos de renda fixa determina que o título pague uma taxa prefixada ao investidor. Ou seja, mesmo que as condições da economia e do mercado tenham mudado em decorrência, por exemplo, de uma mudança no patamar de inflação, o título pagará, no seu vencimento, o rendimento que foi preestabelecido no momento da aplicação.

Já a remuneração pós-fixada determina que o rendimento do título seja composto de uma parcela prefixada (o juro real estabelecido) que é adicionada à parcela pós-fixada do rendimento do título – em geral atrelada à variação do índice de inflação (IPCA) calculado pelo IBGE. Assim, os títulos pós-fixados estão “defendidos” em caso de aumentos no patamar da inflação.

O governo, via o sítio do Tesouro Direto, vende títulos prefixados (LTN’s) e pós-fixados (NTN-B) entre outros. Veja, no link a seguir, as taxas de juros pelas quais ele vende diversos tipos de títulos.

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/consulta_titulos/consultatitulos.asp

Mas a questão relevante é a seguinte: é bom negócio investir em títulos prefixados nesse momento, após o governo ter “derrubado” a taxa de juros Selic em 2,75 pontos percentuais a partir de agosto/2011 – quando ela estava em 12,5% a.a.?

Veja como estavam as taxas de juros à vista e a termo dos DI’s negociados na BM&F na sexta-feira, 09/03/12. Vale lembrar que os DI’s são títulos virtuais negociados por desconto na BM&F e que são utilizados como referência para as taxas de juros prefixadas futuras da economia.

Curva de Juros DI's BM&F

A resposta não é simples; mas é importante ter em vista que o “mercado” já ajustou a rentabilidade de todos os títulos ao novo cenário de taxas de juros. Isso quer dizer que as taxas de juros dos títulos prefixados (para os vários vencimentos) foram reduzidas tendo em vista o cenário atual (Selic a 9,75% a.a.) e o prospectivo (Selic a 8,5% a.a. por volta de agosto de 2012), traçado pela expectativa do mercado em relação à condução da política monetária e de juros do Banco Central do Brasil – COPOM.

Deve-se tomar muito cuidado ao investir em títulos prefixados nesse momento, pois os ganhos potenciais esperados por novas reduções da taxa Selic são reduzidos. Isto é, a possibilidade de que as taxas caiam abaixo dos 8,5% a.a. esperados pelo mercado são mínimas – pelo menos a curto prazo. Além disso, devido às condições atuais da economia brasileira e, por conta da expectativa de política econômica a ser implementada pelo governo, as chances são de que a inflação – em situação favorável nesse momento – volte a ficar pressionada mais à frente.

Nesse sentido, o mercado espera que as taxas de juros prefixadas voltem a ser elevadas pelo Banco Central a partir de janeiro do ano que vem, como pode ser visto pela curva de juros dos DI’s. Dessa forma, o risco dos prefixados é grande; e, caso se deseje aplicar em títulos de renda fixa, deve-se considerar o investimento em títulos pós-fixados, indexados à inflação (IPCA), como medida de defesa para um eventual descontrole da inflação no futuro, decorrente da atual política econômica implementada pelo governo.

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