Cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
O agravamento do quadro internacional com a sinalização de que a economia chinesa está em processo de desaceleração mais intenso do que o esperado (a conferir nessa sexta-feira, 13-04, com a divulgação do crescimento do PIB relativo ao 1TRI/12), em conjunto com os temores de uma recidiva da crise da dívida soberana europeia com a Espanha, Portugal e Itália, levaram os mercados a forte realização de lucros nesse início de […] Leia mais
Publicado em 10 de abril de 2012 às, 18h10.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h30.
O agravamento do quadro internacional com a sinalização de que a economia chinesa está em processo de desaceleração mais intenso do que o esperado (a conferir nessa sexta-feira, 13-04, com a divulgação do crescimento do PIB relativo ao 1TRI/12), em conjunto com os temores de uma recidiva da crise da dívida soberana europeia com a Espanha, Portugal e Itália, levaram os mercados a forte realização de lucros nesse início de abril.
Quem tinha ficado “de fora” do rali de alta experimentado pela BMF&Bovespa no primeiro trimestre de 2011, pode estar com vontade de aproveitar a queda e voltar ao mercado. Pode estar sentindo aquela “coceirinha”… De fato, já se pode vislumbrar algumas oportunidades para entrar no mercado. Mas não de imediato!
Para melhorar a chance de “acertar”, deve-se ser muito seletivo em termos da escolha das ações para investir, assim como deve-se ter como regra, a diversificação dessa carteira de ações para não concentrar investimentos em algumas poucas ações ou setor de atividade específico.
Mesmo assim, com a escolha correta da ação e/ou setor, corre-se o risco de ter surpresas desagradáveis, uma vez que não se pode prever até quando e em que magnitude, o ajuste no preço das ações irá acontecer. Caso se configure, de fato, um retorno à crise da dívida europeia nas versões espanhola, portuguesa ou italiana, ou ainda fique claro que irá acontecer uma desaceleração mais forte do que o esperado na economia chinesa, os preços das ações locais podem cair muito.
Dessa forma, caso o investidor queira fazer uma aposta na bolsa brasileira, sugiro que espere um pouco para que o cenário fique menos nebuloso; mesmo que isso represente sacrificar um pouco do lucro potencial do investimento. Em princípio, deve-se escolher ações de companhias que tenham pouca correlação com o preço das commodities e que tenham seus negócios focados no mercado interno para tentar neutralizar o máximo possível a influência do cenário externo sobre a carteira de ações.
Esse comportamento não representa nenhuma novidade para o investidor, uma vez que os analistas têm, em sua maioria, “batido nessa tecla”. Setores como o de consumo, comércio varejista e construção (construtoras e produtoras de insumos para o setor), podem atender a esses requisitos. Além desses setores, pode-se diversificar a carteira com ações do setor de “utilities” – grandes prestadoras de serviços públicos -, que fazem o fornecimento, comercialização e transmissão de energia elétrica, água e gás, por exemplo.
Agindo dessa forma o investidor poderá calibrar melhor a relação retorno-risco de seu investimento em ações e não ficará totalmente à mercê dos acontecimentos na economia mundial. Mas deve ter claro em sua mente que há muita volatilidade para acontecer e que o investimento em ações precisa de algumas condições específicas para ser bem sucedido; dentre elas: o timing da compra das ações, o perfil de risco do investidor e o timing da venda das ações.
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