Exame.com
Continua após a publicidade

Tentáculos do governo

Matéria no “O Globo” de 29 de maio alertou para o aumento da participação do governo nas empresas, que já supera a presença do mesmo nas estatais. Confira o texto na íntegra: “De hotéis a fábrica de lingerie, fatia da União em empresas cresceu 50% desde 1995 BRASÍLIA – A participação da União na economia extrapola as já conhecidas estatais e empresas de economia mista, como Petrobras e Eletrobrás e […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 31 de maio de 2010 às, 13h33.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h49.

Matéria no “O Globo” de 29 de maio alertou para o aumento da participação do governo nas empresas, que já supera a presença do mesmo nas estatais. Confira o texto na íntegra:

De hotéis a fábrica de lingerie, fatia da União em empresas cresceu 50% desde 1995

BRASÍLIA – A participação da União na economia extrapola as já conhecidas estatais e empresas de economia mista, como Petrobras e Eletrobrás e se estende a hotéis, centros de convenções, indústrias de bebidas, bancos, cooperativas agrícolas e até fábrica de lingerie, já fechada. Ao todo, incluindo as estatais, o governo está presente em cerca de 330 empresas espalhadas pelo país, de acordo com levantamento da ONG Contas Abertas.

A ONG constatou ainda que o valor dessas participações cresceu 50,9% desde 2005, quando estava em R$ 119,815 bilhões para R$ 180,8881 bilhões em 21 de maio passado, mostra reportagem de Gustavo Paul, publicada a edição deste domingo do jornal “O GLOBO”.

A valorização das ações das estatais nos últimos anos é a principal razão para o aumento da participação do governo, mas uma parcela do crescimento deve-se à injeção de recursos públicos nessas empresas.

De acordo com a reportagem, nos últimos anos, o governo vem tentando ainda que lentamente livrar-se desses ativos. Mas ainda assim, há outros R$ 4,9 bilhões para serem incorporados ao patrimônio público.

Uma parcela dessas participações é resultado do confisco em 1942 dos bens dos “súditos do eixo”, cidadãos alemães, italianos e japoneses, a quem o Brasil declarou guerra. Quando foram anistiados, em 1950, uma parte dessas ações nunca chegou a ser reclamada. Nas décadas seguintes, por força de lei, foram incorporadas pela União e não podem mais ser retomadas.

Por isso, o governo tem pequenas participações nos bancos Itaú e Santander, além de R$ 42 milhões em ações da AmBev. Segundo a assessoria da empresa, esse valor representa menos de 1% do valor de mercado da AmBev. Eles explicam que havia sócios alemães tanto na Brahma, quanto na Antarctica. Após a guerra, nunca chegaram a reivindicá-las de volta.”