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"Temer tenta salvar sua biografia, se é que é possível"

Paulo Moura analisa o uso da máquina pública de acordo com interesses de grupos políticos

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Instituto Millenium

Publicado em 2 de agosto de 2017 às, 12h17.

Última atualização em 7 de agosto de 2017 às, 12h59.

A tentativa de salvação do presidente Michel Temer frente à votação das denúncias de corrupção na Câmara dos Deputados deixa explícita a forma como a máquina pública é manipulada a fim de atender interesses de grupos políticos. Para garantir votos contra a continuidade do processo de corrupção, bilhões de reais em emendas foram prometidos aos deputados.

“Do ponto de vista jurídico, o argumento que o governo tem usado é que o congresso tornou obrigatório o pagamento de emendas de deputados que tenham sido aprovadas no orçamento. Isso ampara o presidente a realizar essa prática, que não deixa de ser moralmente questionável na medida que as verbas são liberadas no momento em que ocorre uma votação crítica para ele”, analisa o cientista político Paulo Moura, salientando ainda que o Brasil precisa de grandes transformações no sistema como um todo.

“Seria necessária uma reforma que mudasse profundamente a regra do jogo para criar elementos coercitivos limitadores dessa prática ou para dar à população brasileira formas de experimentar um outro modelo de sistema político eleitoral, porque esse colapsou”. Ouça!