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Startup que facilita negociação de dívidas cresce na pandemia

Conheça o trabalho da Quero Quitar, empresa que tem o objetivo de minimizar o transtorno das cobranças feitas por call center

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Instituto Millenium

Publicado em 19 de junho de 2020 às, 15h06.

Última atualização em 22 de junho de 2020 às, 08h09.

Após a chegada do novo Coronavírus ao Brasil vimos empresas fechando, salários diminuindo e informais sem renda alguma. No entanto, os boletos não pararam de chegar! Isso acabou resultando em cada vez mais pessoas negativadas. Nascida em 2015 com a intenção de minimizar o transtorno e o desconforto das tão famosas ligações de cobrança feitas por call center, a startup Quero Quitar vem crescendo no cenário de pandemia. O Instituto Millenium conversou com CEO da fintech, Marc Lahoud. Ouça!

Criada em um ambiente totalmente digital, a Quero Quitar é um canal de estímulo para quem deseja quitar uma dívida. São dois lados: a empresa credora, que inclui as dívidas das pessoas na plataforma, com as negativações; e o devedor, que encontra uma linguagem amigável e neutra para a negociação. “Automatizamos todo o processo de negociação de uma dívida eliminando o papel do cobrador. Temos uma equipe de 20 pessoas transacionado um volume de acordos que precisaria de 600 pessoas, no mínimo, para fazer no modelo tradicional, ou seja, concentradas num mesmo ambiente”, comenta.

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Este modelo favoreceu a startup, que cresceu de forma impressionante durante a pandemia: com mais de 12 milhões de devedores cadastrados em sua base de dados, a Quero Quitar fechou seis novos contratos em menos de 60 dias. Marc conta que, com o isolamento social, houve o movimento de credores buscarem a fintech como solução para uma recuperação de crédito digital, rápida de implantar, para poder suprir a queda que houve no segmento tradicional de cobrança via assessoria de call centers. “Temos o credor entrando, o devedor negociando, e, mais importante que isso, conseguindo pagar o acordo que ele fechou”, disse.

A chegada até o devedor é gerenciada por multicanais de comunicação, excetuando-se ligações indesejadas. Após uma análise, se a pessoa tem propensão de pagamento, o estímulo vem através de email, mensagens de texto, anúncios de forma indireta em redes sociais, entre outros. “Vamos testando o canal de preferência do devedor para se comunicar conosco. Muitas vezes, dentro de um próprio chat box, por exemplo, é possível fazer a negociação. Não é necessário nem ir até a plataforma”, explica Lahoud. Porém, também é possível encontrar sua dívida através do CPF no site www.queroquitar.com.br da Quero Quitar e pagá-la por lá.

Vendo 64 milhões de brasileiros inadimplentes, a Quero Quitar tem como motivação recuperar a situação financeira do indivíduo, transformando-o num consumidor sustentável através da iniciativa Quero Render – projeto que conta com artigos, dicas e jogos para ajudar na organização financeira. “A educação financeira é essencial, deveria ser matéria de escola, ensinando a respeitar e organizar melhor o dinheiro, pois uma pessoa endividada desencadeia problemas muito maiores, como estresse, discussão doméstica, feminicídio e, até mesmo suicídio. É muito importante que as pessoas entendam: quem tem esse problema não está sozinho! Metade da população ativa do país, hoje, vive isso. Por isso, queremos criar um ciclo virtuoso de incentivo a sair dessa bola de neve e não se manter mais ali”, analisa o CEO.

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Para Marc, a dica básica é organizar o orçamento família, com receitas e despesas, em uma planilha. “Detalhe seus gastos frente ao que você recebe no mês, assim ficará bem claro qual o seu limite. Se você está gastando mais do que ganha, óbvio que haverá uma dificuldade financeira. A solução então é negociar ou cortar despesas e/ou definir como gerar renda extra para a família”, explicou.