Exame Logo

Startup desenvolve soluções para tratar resíduos orgânicos

Lixões irregulares na Bahia motivaram as jovens Saville Alves e Gabriela Tiemy a botar a mão na massa. Conheça a Solos!

i

institutomillenium

Publicado em 5 de julho de 2018 às 10h18.

Os resíduos orgânicos (materiais de origem biológica) correspondem a mais da metade dos resíduos sólidos urbanos originados no Brasil e não devem ser tratados como rejeitos. Muito pelo contrário, seu destino final deve considerar a reciclagem como uma estratégia de gestão de resíduos no âmbito municipal, industrial ou domiciliar, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e a Política Nacional de Resíduos Sólidos ( Lei 12.305/2010 ). Em 2017, porém, um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), apontou que o estado da Bahia compreende o maior número de lixões do país, com 300 vazadouros inadequados. Impulsionadas a mudar esse quadro, as baianas Saville Alves e Gabriela Tiemy fundaram a Solos, startup voltada a trabalhar com grandes empresas através de tecnologias de aceleração e compostagem na administração de resíduos alimentares. Ouça a entrevista com Saville no player abaixo!

[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/467225370" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true" width="100%" height="166" iframe="true" /]

“Jogar o lixo fora é colocar dentro de algum outro lugar”, avalia Saville em conversa com o Instituto Millenium. O projeto teve início em 2016 quando as amigas perceberam os impactos gerados pela má coordenação de resíduos no Brasil, enquanto países como a Alemanha, Noruega e Dinamarca encontram soluções para transformar o lixo em recursos para outras cadeias. Logo em seguida, a startup foi aprovada no edital de pré-aceleração de negócios de impacto da Triggers, em São Paulo, oportunidade que encorajou a abertura da empresa:

“O programa de aceleração durou sete meses e durante esse tempo conseguimos pivotar nosso negócio, definir qual seria a nossa proposta de valor e transformar o que era um sonho em realidade. Contamos com o apoio de uma rede de mentores com um DNA de inovação muito forte como o Spotify, Google e Visa, então sentimos bastante confiança em formalizar a abertura da Solos”, conta.

Veja mais
Com 100 milhões de cidadãos sem esgoto, país carece de parcerias público-privadas
Startup transforma lixo em artigos de moda
Startup apoia projetos inovadores na área de educação

Infelizmente, o processo de decomposição nos aterros sanitários no Brasil é anaeróbico, quer dizer, um método de compactação sem oxigênio, o que resulta no chorume, contaminando o solo, lençóis freáticos e provocando a emissão dos gases de efeito estufa. Além disso, há muitas pessoas que trabalham ou utilizam esses espaços para buscar alimentos. Saville reforça a dimensão desse cenário e a importância de políticas públicas mais eficientes em prol do ecossistema:

“Precisamos de políticas públicas que sejam mais competentes, que busquem incluir nesse ecossistema os pequenos também, pois hoje nossa gestão de resíduos e do ciclo da matéria orgânica é muito voltado para os grandes. As políticas públicas podem trazer solidez, acesso ao conhecimento e fazer com que pessoas de fora do Brasil queiram investir nisso e trazer suas ideias e empresas para o nosso país. Na Alemanha, por exemplo, menos de 1% do resíduo é levado para aterros sanitários; as pessoas pagam pelo lixo que produzem e fazem uma segregação bem feita ou então são notificados. A princípio, a solução que entendemos é o Estado trabalhar de maneira mais próxima para termos uma gestão de resíduos mais efetiva. Enquanto isso, em casa, não temos justificativa para não fazer o mínimo que é a segregação e diminuição de consumo daquilo que não é necessário”.

Como funciona a startup
A Solos realiza consultoria e implementação in loco para tratar os resíduos orgânicos de seus clientes. Segundo a cofundadora, após identificar as empresas que geram resíduos acima de 100 kg por dia – quantidade considerada alta pela legislação brasileira, são feitas propostas de soluções baseadas nos impactos socioambientais positivos. A startup atua também como articuladora, conectando instituições de inovação e tecnologia, pequenos produtores e cooperativas para, juntos, trazerem soluções que englobem a reciclagem como um todo.

Os resíduos orgânicos (materiais de origem biológica) correspondem a mais da metade dos resíduos sólidos urbanos originados no Brasil e não devem ser tratados como rejeitos. Muito pelo contrário, seu destino final deve considerar a reciclagem como uma estratégia de gestão de resíduos no âmbito municipal, industrial ou domiciliar, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e a Política Nacional de Resíduos Sólidos ( Lei 12.305/2010 ). Em 2017, porém, um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), apontou que o estado da Bahia compreende o maior número de lixões do país, com 300 vazadouros inadequados. Impulsionadas a mudar esse quadro, as baianas Saville Alves e Gabriela Tiemy fundaram a Solos, startup voltada a trabalhar com grandes empresas através de tecnologias de aceleração e compostagem na administração de resíduos alimentares. Ouça a entrevista com Saville no player abaixo!

[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/467225370" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true" width="100%" height="166" iframe="true" /]

“Jogar o lixo fora é colocar dentro de algum outro lugar”, avalia Saville em conversa com o Instituto Millenium. O projeto teve início em 2016 quando as amigas perceberam os impactos gerados pela má coordenação de resíduos no Brasil, enquanto países como a Alemanha, Noruega e Dinamarca encontram soluções para transformar o lixo em recursos para outras cadeias. Logo em seguida, a startup foi aprovada no edital de pré-aceleração de negócios de impacto da Triggers, em São Paulo, oportunidade que encorajou a abertura da empresa:

“O programa de aceleração durou sete meses e durante esse tempo conseguimos pivotar nosso negócio, definir qual seria a nossa proposta de valor e transformar o que era um sonho em realidade. Contamos com o apoio de uma rede de mentores com um DNA de inovação muito forte como o Spotify, Google e Visa, então sentimos bastante confiança em formalizar a abertura da Solos”, conta.

Veja mais
Com 100 milhões de cidadãos sem esgoto, país carece de parcerias público-privadas
Startup transforma lixo em artigos de moda
Startup apoia projetos inovadores na área de educação

Infelizmente, o processo de decomposição nos aterros sanitários no Brasil é anaeróbico, quer dizer, um método de compactação sem oxigênio, o que resulta no chorume, contaminando o solo, lençóis freáticos e provocando a emissão dos gases de efeito estufa. Além disso, há muitas pessoas que trabalham ou utilizam esses espaços para buscar alimentos. Saville reforça a dimensão desse cenário e a importância de políticas públicas mais eficientes em prol do ecossistema:

“Precisamos de políticas públicas que sejam mais competentes, que busquem incluir nesse ecossistema os pequenos também, pois hoje nossa gestão de resíduos e do ciclo da matéria orgânica é muito voltado para os grandes. As políticas públicas podem trazer solidez, acesso ao conhecimento e fazer com que pessoas de fora do Brasil queiram investir nisso e trazer suas ideias e empresas para o nosso país. Na Alemanha, por exemplo, menos de 1% do resíduo é levado para aterros sanitários; as pessoas pagam pelo lixo que produzem e fazem uma segregação bem feita ou então são notificados. A princípio, a solução que entendemos é o Estado trabalhar de maneira mais próxima para termos uma gestão de resíduos mais efetiva. Enquanto isso, em casa, não temos justificativa para não fazer o mínimo que é a segregação e diminuição de consumo daquilo que não é necessário”.

Como funciona a startup
A Solos realiza consultoria e implementação in loco para tratar os resíduos orgânicos de seus clientes. Segundo a cofundadora, após identificar as empresas que geram resíduos acima de 100 kg por dia – quantidade considerada alta pela legislação brasileira, são feitas propostas de soluções baseadas nos impactos socioambientais positivos. A startup atua também como articuladora, conectando instituições de inovação e tecnologia, pequenos produtores e cooperativas para, juntos, trazerem soluções que englobem a reciclagem como um todo.

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se