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SIP acusa governos de agir contra imprensa

Do Estadão: Vice-presidente da entidade alerta para tentativa de políticos da América Latina de controlar a mídia com objetivo de se perpetuar no poder Ariel Palacios “Sob assédio” foi a expressão usada ontem pelo presidente da Sociedade Interamericana da Imprensa (SIP), o colombiano Enrique Santos, para explicar o estado da liberdade de expressão em vários países das América Latina. Na sequência, durante a terceira jornada da 65ª Assembleia-Geral da SIP, […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2009 às 17h54.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h53.

Do Estadão:

Vice-presidente da entidade alerta para tentativa de políticos da América Latina de controlar a mídia com objetivo de se perpetuar no poder

Ariel Palacios

“Sob assédio” foi a expressão usada ontem pelo presidente da Sociedade Interamericana da Imprensa (SIP), o colombiano Enrique Santos, para explicar o estado da liberdade de expressão em vários países das América Latina. Na sequência, durante a terceira jornada da 65ª Assembleia-Geral da SIP, em Buenos Aires, o argentino Bartolomé Mitre, presidente do centenário jornal La Nación e diretor do comitê anfitrião do evento, ressaltou que a situação regional é “deprimente” e os jornalistas e as empresas de mídia transformaram-se em alvos de “irracionais agressões”. Ainda segundo Mitre, diversos governos “apelam a qualquer recurso para intimidar ou silenciar o jornalismo livre”.Gonzalo Marroquín, vice-presidente da SIP, diretor do jornal Prensa Libre, da Guatemala, alertou para a tendência “muito perigosa” existente atualmente na América Latina de “legislar contra a imprensa”. Ele apontou para um cenário que considera perigoso, com “governos autoritários” que desejam “se perpetuar no poder”. Para atingir esse objetivo, “tentam controlar a mídia”.ASSASSINATOSO presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa, Robert Rivard, do jornal americano San Antonio Express News, destacou que havia muitos anos a liberdade de imprensa não passava “por um semestre tão complexo”. Citou que 16 jornalistas foram assassinados no período – oito no México, três em Honduras, dois na Guatemala, dois na Colômbia e um El Salvador.Os assassinatos, explicou Rivard, ocorreram em um contexto de crescimento do crime organizado, ao lado de campanhas contra a imprensa, conduzidas por chefes de governo. Nesse cenário, de acordo com os palestrantes, a Venezuela aparece como o país mais problemático. O governo do presidente Hugo Chávez, no relatório preliminar apresentado por David Natera, presidente do Bloco de Imprensa Venezuelano, “continua deteriorando a liberdade por intermédio de agressões legais, judiciárias e físicas contra meios de comunicação e jornalistas independentes como parte de uma estratégia que avança na imposição de um regime comunista, militarista e totalitário”. De acordo com Natera, desde que chegou ao poder, há dez anos, Chávez fechou 34 estações de rádio e prometeu fechar outras 240.Durante a reunião também foi comentada a situação da Argentina. Na madrugada de sábado, integrantes do sindicato dos caminhoneiros, aliado da presidente Cristina Kirchner e do seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, bloquearam o acesso às gráficas dos jornais La Nación e Clarín – o que foi considerado um ataque à sua circulação.

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Do Estadão:

Vice-presidente da entidade alerta para tentativa de políticos da América Latina de controlar a mídia com objetivo de se perpetuar no poder

Ariel Palacios

“Sob assédio” foi a expressão usada ontem pelo presidente da Sociedade Interamericana da Imprensa (SIP), o colombiano Enrique Santos, para explicar o estado da liberdade de expressão em vários países das América Latina. Na sequência, durante a terceira jornada da 65ª Assembleia-Geral da SIP, em Buenos Aires, o argentino Bartolomé Mitre, presidente do centenário jornal La Nación e diretor do comitê anfitrião do evento, ressaltou que a situação regional é “deprimente” e os jornalistas e as empresas de mídia transformaram-se em alvos de “irracionais agressões”. Ainda segundo Mitre, diversos governos “apelam a qualquer recurso para intimidar ou silenciar o jornalismo livre”.Gonzalo Marroquín, vice-presidente da SIP, diretor do jornal Prensa Libre, da Guatemala, alertou para a tendência “muito perigosa” existente atualmente na América Latina de “legislar contra a imprensa”. Ele apontou para um cenário que considera perigoso, com “governos autoritários” que desejam “se perpetuar no poder”. Para atingir esse objetivo, “tentam controlar a mídia”.ASSASSINATOSO presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa, Robert Rivard, do jornal americano San Antonio Express News, destacou que havia muitos anos a liberdade de imprensa não passava “por um semestre tão complexo”. Citou que 16 jornalistas foram assassinados no período – oito no México, três em Honduras, dois na Guatemala, dois na Colômbia e um El Salvador.Os assassinatos, explicou Rivard, ocorreram em um contexto de crescimento do crime organizado, ao lado de campanhas contra a imprensa, conduzidas por chefes de governo. Nesse cenário, de acordo com os palestrantes, a Venezuela aparece como o país mais problemático. O governo do presidente Hugo Chávez, no relatório preliminar apresentado por David Natera, presidente do Bloco de Imprensa Venezuelano, “continua deteriorando a liberdade por intermédio de agressões legais, judiciárias e físicas contra meios de comunicação e jornalistas independentes como parte de uma estratégia que avança na imposição de um regime comunista, militarista e totalitário”. De acordo com Natera, desde que chegou ao poder, há dez anos, Chávez fechou 34 estações de rádio e prometeu fechar outras 240.Durante a reunião também foi comentada a situação da Argentina. Na madrugada de sábado, integrantes do sindicato dos caminhoneiros, aliado da presidente Cristina Kirchner e do seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, bloquearam o acesso às gráficas dos jornais La Nación e Clarín – o que foi considerado um ataque à sua circulação.

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