"Velha guarda" comunista pede fim da censura na China
“Por 61 anos, temos “servido como mestres” em nome dos cidadãos da República Popular da China. Mas a liberdade de expressão e de imprensa que temos é inferior até à liberdade confiada aos residentes da colônia de Hong Kong antes de seu retorno à soberania chinesa [em 1997]” – a afirmação é de ex-membros do Partido Comunista Chinês, em documento divulgado em 12 de outubro e, como era de se […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2010 às 17h19.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h03.
“Por 61 anos, temos “servido como mestres” em nome dos cidadãos da República Popular da China. Mas a liberdade de expressão e de imprensa que temos é inferior até à liberdade confiada aos residentes da colônia de Hong Kong antes de seu retorno à soberania chinesa [em 1997]” – a afirmação é de ex-membros do Partido Comunista Chinês, em documento divulgado em 12 de outubro e, como era de se esperar, prontamente censurado pelo governo do país. Leia a notícia publicada pela “Folha de S. Paulo”:
“Um grupo de 23 antigos membros do Partido Comunista chinês divulgou ontem uma carta aberta exortando o governo do país a abolir o aparato de censura.
Mas, assim como ocorreu com o anúncio da nomeação do dissidente chinês Liu Xiaobo ao Prêmio Nobel da Paz, o documento foi rapidamente retirado da internet.
“Por 61 anos, temos “servido como mestres” em nome dos cidadãos da República Popular da China. Mas a liberdade de expressão e de imprensa que temos é inferior até à liberdade confiada aos residentes da colônia de Hong Kong antes de seu retorno à soberania chinesa [em 1997]”, diz o documento, em alusão ao início do regime comunista, em 1949.
Os autores da carta, que incluem Li Rui, ex-secretário pessoal de Mao Tsé-tung, e Huang Jiwei, ex-editor do jornal do PCC “People’s Daily”, exortaram o governo a abolir a censura na internet, a abrir a discussão sobre os “erros” do partido e a privatizar dois jornais estatais como piloto de mídia independente.
O documento lembra que a liberdade de expressão é garantida pelo artigo 35 da Constituição chinesa, pelo qual “os cidadãos da República Popular da China desfrutam de liberdade de expressão, de imprensa, de assembleia, de associação, de marcha e de manifestação”.
FORA DO AR
Outra mudança defendida é a reforma dos “órgãos de propaganda” do governo para que deixem “de assistir funcionários corruptos a suprimirem e a controlarem histórias e passem a apoiar a mídia no monitoramento do partido e órgão do governo”.
O texto menciona e apoia ainda as surpreendentes declarações recentes do premiê chinês, Wen Jiabao, em favor de maior abertura, inclusive uma entrevista à CNN na qual afirmou que “os desejos e as necessidades da população por democracia e liberdade são irresistíveis”.
Apesar de divulgado ontem, quatro dias depois do Nobel ter sido concedido a Liu, o documento não menciona nem o dissidente político, condenado há 11 anos, nem o motivo de sua prisão: a chamada Carta 08, publicada em 2008 e assinada por 303 ativistas, que defende reformas democráticas e o fim do monopólio político do Partido Comunista Chinês.
O documento foi divulgado em sites chineses ontem de manhã e retirado do ar em seguida. Assim como a Carta 08, é praticamente impossível encontrá-lo na internet chinesa, que tem censurado notícias sobre Liu.
Ontem, o governo chinês continuou a criticar duramente a concessão do Nobel. Em entrevista coletiva, o porta-voz da Chancelaria Ma Zhaoxu disse que o prêmio está sendo usado “por alguns políticos de outros países para atacar a China”.
A mulher do agraciado com o prêmio, Liu Xia, continuou ontem impedida de receber jornalistas e amigos em sua casa, sob permanente vigilância policial.
Pequim voltou a dar sinais de que cumprirá a ameaça de retaliar diplomaticamente a Noruega, sede do comitê do Prêmio Nobel.”
“Por 61 anos, temos “servido como mestres” em nome dos cidadãos da República Popular da China. Mas a liberdade de expressão e de imprensa que temos é inferior até à liberdade confiada aos residentes da colônia de Hong Kong antes de seu retorno à soberania chinesa [em 1997]” – a afirmação é de ex-membros do Partido Comunista Chinês, em documento divulgado em 12 de outubro e, como era de se esperar, prontamente censurado pelo governo do país. Leia a notícia publicada pela “Folha de S. Paulo”:
“Um grupo de 23 antigos membros do Partido Comunista chinês divulgou ontem uma carta aberta exortando o governo do país a abolir o aparato de censura.
Mas, assim como ocorreu com o anúncio da nomeação do dissidente chinês Liu Xiaobo ao Prêmio Nobel da Paz, o documento foi rapidamente retirado da internet.
“Por 61 anos, temos “servido como mestres” em nome dos cidadãos da República Popular da China. Mas a liberdade de expressão e de imprensa que temos é inferior até à liberdade confiada aos residentes da colônia de Hong Kong antes de seu retorno à soberania chinesa [em 1997]”, diz o documento, em alusão ao início do regime comunista, em 1949.
Os autores da carta, que incluem Li Rui, ex-secretário pessoal de Mao Tsé-tung, e Huang Jiwei, ex-editor do jornal do PCC “People’s Daily”, exortaram o governo a abolir a censura na internet, a abrir a discussão sobre os “erros” do partido e a privatizar dois jornais estatais como piloto de mídia independente.
O documento lembra que a liberdade de expressão é garantida pelo artigo 35 da Constituição chinesa, pelo qual “os cidadãos da República Popular da China desfrutam de liberdade de expressão, de imprensa, de assembleia, de associação, de marcha e de manifestação”.
FORA DO AR
Outra mudança defendida é a reforma dos “órgãos de propaganda” do governo para que deixem “de assistir funcionários corruptos a suprimirem e a controlarem histórias e passem a apoiar a mídia no monitoramento do partido e órgão do governo”.
O texto menciona e apoia ainda as surpreendentes declarações recentes do premiê chinês, Wen Jiabao, em favor de maior abertura, inclusive uma entrevista à CNN na qual afirmou que “os desejos e as necessidades da população por democracia e liberdade são irresistíveis”.
Apesar de divulgado ontem, quatro dias depois do Nobel ter sido concedido a Liu, o documento não menciona nem o dissidente político, condenado há 11 anos, nem o motivo de sua prisão: a chamada Carta 08, publicada em 2008 e assinada por 303 ativistas, que defende reformas democráticas e o fim do monopólio político do Partido Comunista Chinês.
O documento foi divulgado em sites chineses ontem de manhã e retirado do ar em seguida. Assim como a Carta 08, é praticamente impossível encontrá-lo na internet chinesa, que tem censurado notícias sobre Liu.
Ontem, o governo chinês continuou a criticar duramente a concessão do Nobel. Em entrevista coletiva, o porta-voz da Chancelaria Ma Zhaoxu disse que o prêmio está sendo usado “por alguns políticos de outros países para atacar a China”.
A mulher do agraciado com o prêmio, Liu Xia, continuou ontem impedida de receber jornalistas e amigos em sua casa, sob permanente vigilância policial.
Pequim voltou a dar sinais de que cumprirá a ameaça de retaliar diplomaticamente a Noruega, sede do comitê do Prêmio Nobel.”