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Privatizações representam mudança cultural importante

Economista e cientista político analisa anúncio do pacote com 57 novas privatizações

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Instituto Millenium

Publicado em 5 de setembro de 2017 às, 14h47.

Na tentativa de equilibrar as contas públicas, o governo anunciou um pacote com 57 novas privatizações que farão parte do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Na lista de ativos que serão desestatizados, estão blocos de linhas de transmissão de energia elétrica, aeroportos, terminais portuários, além de empresas públicas e rodovias. O destaque são para Congonhas, segundo maior terminal brasileiro, e a Casa da Moeda, responsável pela confecção de notas de real e passaporte, além da venda da participação da Infraero em alguns empreendimentos já concedidos ao setor privado, como Confins e Galeão.

Para o economista e cientista político Marcos Troyjo, especialista do Instituto Millenium, a privatização traz um aumento geral no nível de eficiência e produtividade da economia, já que o setor privado é reconhecidamente mais eficiente do que o estatal, afirma:

“Durante muito tempo, prevaleceu no Brasil uma mentalidade estatista, e essa questão da privatização reverte a balança em favor da ideia de que a sociedade precisa ter mais autonomia e diminuir o papel do Estado na economia. É uma mudança cultural importante para o país. Essa notícia é extraordinariamente bem-vinda, sobretudo nesta fase em que precisamos diminuir a carga tributária e deixar mais recursos no bolso do cidadão e das empresas, para que elas possam investir”.

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Entre os benefícios para as companhias que passam a ser controladas pelo setor privado, Troyjo cita mais investimentos e tecnologias, atração de pessoal capacitado e o prevalecimento de critérios técnicos e administrativos em relação a decisões de interesse político, além da ética da eficiência e do mérito. “Outra questão a ser observada atualmente é que o Estado deixa de se concentrar em áreas em que sua presença é fundamental, como educação básica, saúde, defesa nacional e relações exteriores, e acaba focando em setores que a iniciativa privada tem uma contribuição mais importante a fazer, gerando benefícios, eficiência e, consequentemente, aumentando o PIB brasileiro e a arrecadação, o que representa mais recursos em mãos para o governo direcionar a esferas que são de necessidade da população”, finaliza Troyjo. 

 

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