Pragmatismo (?) irresponsável
Os que se interessam pela política externa brasileira não podem deixar de ler o editorial de hoje do Estado de SP. Eis o texto: A mão estendida ao Hamas No governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), o Itamaraty praticava o “pragmatismo responsável”, na expressão cunhada pelo então chanceler Azeredo da Silveira, para designar as ações externas que deveriam respaldar o projeto do “Brasil Potência” acalentado pelo regime militar. Foi um […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2010 às 08h11.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h31.
Os que se interessam pela política externa brasileira não podem deixar de ler o editorial de hoje do Estado de SP. Eis o texto:
A mão estendida ao Hamas
No governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), o Itamaraty praticava o “pragmatismo responsável”, na expressão cunhada pelo então chanceler Azeredo da Silveira, para designar as ações externas que deveriam respaldar o projeto do “Brasil Potência” acalentado pelo regime militar. Foi um fiasco, mas pelo menos era uma política. Já no governo do presidente Lula, pode-se dizer que impera a diplomacia do voluntarismo irresponsável – cujo mentor e principal protagonista, o chanceler Celso Amorim, parece incansável em exibir mundo afora. Soberbamente alheio aos danos que ela inflige ao respeito com que o País, a justo título, quer ser ouvido pela comunidade internacional, o ministro fala o que lhe dá na veneta, nas situações mais inconvenientes e diante dos interlocutores mais improváveis. Dá a impressão de tocar de ouvido um arremedo de marcha triunfal, provocando na plateia as reações adversas que, mais não fosse, ele tinha o dever de antecipar. Read more
Os que se interessam pela política externa brasileira não podem deixar de ler o editorial de hoje do Estado de SP. Eis o texto:
A mão estendida ao Hamas
No governo do general Ernesto Geisel (1974-1979), o Itamaraty praticava o “pragmatismo responsável”, na expressão cunhada pelo então chanceler Azeredo da Silveira, para designar as ações externas que deveriam respaldar o projeto do “Brasil Potência” acalentado pelo regime militar. Foi um fiasco, mas pelo menos era uma política. Já no governo do presidente Lula, pode-se dizer que impera a diplomacia do voluntarismo irresponsável – cujo mentor e principal protagonista, o chanceler Celso Amorim, parece incansável em exibir mundo afora. Soberbamente alheio aos danos que ela inflige ao respeito com que o País, a justo título, quer ser ouvido pela comunidade internacional, o ministro fala o que lhe dá na veneta, nas situações mais inconvenientes e diante dos interlocutores mais improváveis. Dá a impressão de tocar de ouvido um arremedo de marcha triunfal, provocando na plateia as reações adversas que, mais não fosse, ele tinha o dever de antecipar. Read more