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Patrulhamento online

Editorial do jornal “Zero Hora” de 22 de abril fala sobre a retirada do ar da campanha de 45 anos da TV Globo e também sobre as informações falsas e infundadas que circulam pela internet, marcando uma era de patrulhamento que desafia as sociedades democráticas. Leia na íntegra o texto: “Já no clima incandescente da campanha eleitoral que se avizinha, o país viveu nesta semana um episódio de constrangimento à […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2010 às 18h53.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h03.

Editorial do jornal “Zero Hora” de 22 de abril fala sobre a retirada do ar da campanha de 45 anos da TV Globo e também sobre as informações falsas e infundadas que circulam pela internet, marcando uma era de patrulhamento que desafia as sociedades democráticas. Leia na íntegra o texto:

“Já no clima incandescente da campanha eleitoral que se avizinha, o país viveu nesta semana um episódio de constrangimento à liberdade de expressão que não pode ser ignorado por quem se preocupa com o aperfeiçoamento da democracia. Sob pressão do patrulhamento online desencadeado a partir de um twitter gerado pelo coordenador da área de internet da candidata petista Dilma Rousseff, a Rede Globo decidiu retirar do ar a peça institucional que celebrava os 45 anos da emissora e cujo apelo guardava semelhanças com o slogan do tucano José Serra. Embora o vídeo tenha sido produzido em novembro do ano passado, muito antes do lançamento de qualquer candidatura e da criação dos slogans que as sustentam, a Globo optou por não dar pretexto aos adeptos da teoria da conspiração, que preferem dar crédito a qualquer suspeita a buscar a verdade.

Infelizmente, ao mesmo tempo em que promove uma fantástica revolução nas comunicações interpessoais, a internet também proporciona espaço para aproveitadores e irresponsáveis divulgarem insinuações e maledicências. É o que ocorre atualmente em relação à própria candidata do Partido dos Trabalhadores à sucessão do presidente Lula, que vem sendo alvo de uma verdadeira corrente difamatória relacionada ao seu passado de militante contra a ditadura. Valendo-se do anonimato que a web permite, pessoas de poucos escrúpulos difundem informações caluniosas, e desavisados as repassam, como se fossem verdadeiras.

O efeito viral da rede, especialmente das mídias sociais, encarrega-se de dar efetividade ao preceito do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Na internet, as mentiras e as invenções acabam sendo repetidas milhões de vezes, com potencial para causar danos a organizações sérias e arruinar a reputação de pessoas inocentes.

As novas tecnologias deram poderes imensos aos indivíduos, que podem ser usados para o bem e para o mal. É saudável que os cidadãos possam operar a rede mundial de computadores para fiscalizar seus representantes, para acompanhar o que acontece no mundo e para interagir com os veículos de comunicação. Mas esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade. A era do patrulhamento online coloca as sociedades democráticas diante de um novo desafio, que consiste em separar o joio do trigo, em administrar sensatamente as pressões coletivas, acatando o que for construtivo, mas também repudiando firmemente as manipulações mal-intencionadas.

Vale tanto para o dossiê Dilma, que circula de forma irresponsável na rede, quanto para o stalinismo online, que tenta constranger profissionais de imprensa, veículos de comunicação, publicitários e opositores políticos.

Esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade.

Editorial do jornal “Zero Hora” de 22 de abril fala sobre a retirada do ar da campanha de 45 anos da TV Globo e também sobre as informações falsas e infundadas que circulam pela internet, marcando uma era de patrulhamento que desafia as sociedades democráticas. Leia na íntegra o texto:

“Já no clima incandescente da campanha eleitoral que se avizinha, o país viveu nesta semana um episódio de constrangimento à liberdade de expressão que não pode ser ignorado por quem se preocupa com o aperfeiçoamento da democracia. Sob pressão do patrulhamento online desencadeado a partir de um twitter gerado pelo coordenador da área de internet da candidata petista Dilma Rousseff, a Rede Globo decidiu retirar do ar a peça institucional que celebrava os 45 anos da emissora e cujo apelo guardava semelhanças com o slogan do tucano José Serra. Embora o vídeo tenha sido produzido em novembro do ano passado, muito antes do lançamento de qualquer candidatura e da criação dos slogans que as sustentam, a Globo optou por não dar pretexto aos adeptos da teoria da conspiração, que preferem dar crédito a qualquer suspeita a buscar a verdade.

Infelizmente, ao mesmo tempo em que promove uma fantástica revolução nas comunicações interpessoais, a internet também proporciona espaço para aproveitadores e irresponsáveis divulgarem insinuações e maledicências. É o que ocorre atualmente em relação à própria candidata do Partido dos Trabalhadores à sucessão do presidente Lula, que vem sendo alvo de uma verdadeira corrente difamatória relacionada ao seu passado de militante contra a ditadura. Valendo-se do anonimato que a web permite, pessoas de poucos escrúpulos difundem informações caluniosas, e desavisados as repassam, como se fossem verdadeiras.

O efeito viral da rede, especialmente das mídias sociais, encarrega-se de dar efetividade ao preceito do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Na internet, as mentiras e as invenções acabam sendo repetidas milhões de vezes, com potencial para causar danos a organizações sérias e arruinar a reputação de pessoas inocentes.

As novas tecnologias deram poderes imensos aos indivíduos, que podem ser usados para o bem e para o mal. É saudável que os cidadãos possam operar a rede mundial de computadores para fiscalizar seus representantes, para acompanhar o que acontece no mundo e para interagir com os veículos de comunicação. Mas esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade. A era do patrulhamento online coloca as sociedades democráticas diante de um novo desafio, que consiste em separar o joio do trigo, em administrar sensatamente as pressões coletivas, acatando o que for construtivo, mas também repudiando firmemente as manipulações mal-intencionadas.

Vale tanto para o dossiê Dilma, que circula de forma irresponsável na rede, quanto para o stalinismo online, que tenta constranger profissionais de imprensa, veículos de comunicação, publicitários e opositores políticos.

Esta interatividade torna-se perniciosa quando usada para disseminar acusações infundadas, para lançar suspeitas ou para agredir a verdade.

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