Exame.com
Continua após a publicidade

Para Alfredo M. Peringer, Bolsa Família é assistencialismo “datado”

E Ministério de Desenvolvimento Social divulgou o resultado da avaliação do programa Bolsa Família, realizada com 11.433 famílias em 2005 e 2009. O estudo apontou para uma “maior propensão dos beneficiários a estarem em trabalhos informais”. A avaliação mostrou que, apesar de beneficiários e não beneficiários do programa, igualmente pobres, trabalharem a mesma carga horária, as pessoas que recebem o bolsa família predominam em atividades do setor informal. Alfredo Marcolin […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 20 de junho de 2012 às, 11h23.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h24.

E Ministério de Desenvolvimento Social divulgou o resultado da avaliação do programa Bolsa Família, realizada com 11.433 famílias em 2005 e 2009. O estudo apontou para uma “maior propensão dos beneficiários a estarem em trabalhos informais”.

A avaliação mostrou que, apesar de beneficiários e não beneficiários do programa, igualmente pobres, trabalharem a mesma carga horária, as pessoas que recebem o bolsa família predominam em atividades do setor informal.

Alfredo Marcolin Peringer
Para o especialista do Instituto Millenium Alfredo Marcolin Peringer muitas pessoas deixam as oportunidades de emprego formal para se manter na informalidade, mesmo que recebam menos por isso: “O cidadão não quer deixar de receber o benefício quando consegue um emprego formal e mais bem remunerado, prefere ir para o trabalho informal e continuar recebendo a ajuda do governo.”

Peringer critica a ”tendência ociosa” do programa governamental: “A economia é uma ciência da ação humana. Quando um sistema de benefícios é criado, naturalmente as pessoas vão se valer dele. O Bolsa Família é um exemplo de prêmio ao ócio.”

O jornal “O Globo” mostrou o caso da faxineira Maria do Socorro Pereira Coutinho, que recusou um emprego de Babá, ganhando salário mínimo com carteira assinada, para cuidas das filhas. A faxineira justificou: “Para trabalhar como babá, é preciso trabalhar o dia todo. Se é para cuidar dos filhos dos outros, cuido das minhas filhas com o dinheiro do Bolsa Família e do que ganho como diarista”.

Alfredo afirma que este tipo de assistencialismo já é datado: “A Poor Law (Leis do pobre), criada pela Rainha Elizabeth em 1601, já se mostrou prejudicial há séculos atrás. A Lei criou um exército de pessoas inválidas e mendigos que recebiam benefícios do Estado. Foi um fracasso, tinha gente que cortava os próprios membros para conseguir os benefícios”, finalizou.