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Palmer, Neeleman e Navarrete defendem a importância do investimento estrangeiro

Em uma de suas seis lições, Mises destacou a importância do investimento externo para desenvolver o capitalismo dos países mais pobres. Entretanto, durante décadas, muitos desses países usaram um arsenal burocrático e legal para dificultar a entrada do capital estrangeiro, em nome da segurança de “setores estratégicos” (como telefonia e energia) ou do desenvolvimento da indústria nacional. No painel sobre o tema, o vice-presidente de Programas Internacionais do Cato Institute, […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 13 de abril de 2010 às, 22h19.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h05.

Em uma de suas seis lições, Mises destacou a importância do investimento externo para desenvolver o capitalismo dos países mais pobres. Entretanto, durante décadas, muitos desses países usaram um arsenal burocrático e legal para dificultar a entrada do capital estrangeiro, em nome da segurança de “setores estratégicos” (como telefonia e energia) ou do desenvolvimento da indústria nacional.

No painel sobre o tema, o vice-presidente de Programas Internacionais do Cato Institute, Tom Palmer, falou sobre o papel dos investidores estrangeiros e locais no crescimento da China. Palmer creditou a ascensão do país asiático aos seus cidadãos e destacou que governos não devem oferecer tratamentos diferentes a empresas domésticas e internacionais. As principais críticas ao modelo chinês residiram na ausência de liberdades individuais e democracia, o que levou Palmer a defender mudanças tanto no Consenso de Washington quanto no Consenso de Pequim:

– Devemos buscar um consenso pelo livre mercado, liberdades individuais, governo limitado e paz.

Da Ásia para a Europa, foi a vez da palestra do economista espanhol Fernando Navarrete, que disse que investimentos de outros países foram importantes para que a Espanha se destacasse na economia mundial e depois pudesse se tornar uma exportadora de investimentos. Analisando o exemplo de outros países europeus, como a França, Navarrete defendeu que o processo de liberalização e as privatizações devem andar juntos: a opção por apenas uma das medidas pode abrir espaço para o surgimento do chamado crony capitalism, em que as relações entre empresários e membros do governo prejudicam o funcionamento do mercado.

– Depois que começa o processo de abertura, é impossível pará-lo – disse.

Para mostrar o lado do empreendedor, o presidente da Azul Linhas Aéreas, David Neeleman, falou sobre a decisão de investir no tráfego aéreo do Brasil. O empresário disse que o crescimento de uma classe média disposta a viajar foi decisivo para os investimentos, mas, para que o país comporte a demanda que ainda está por vir, será necessário desburocratizar o setor. A afirmação de que a Infraero deveria se afastar do governo para que funcione com mais agilidade foi bem recebida, mas Neeleman soube provocar polêmica ao defender que os aeroportos não sejam privatizados:

– Os principais aeroportos são dos estados ou das cidades. Aeroportos privados como existem no México, na Argentina ou em Londres são caríssimos.