"O país não pode ser mais tão patrimonialista"
Adriano Pires explica o impacto positivo do processo de privatização da Eletrobras. Ouça!
Publicado em 22 de agosto de 2017 às, 15h37.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às, 09h52.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22), o Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a privatização da Eletrobrás. De acordo com o ministro, o processo deve ser concluído até o final do primeiro semestre de 2018. A notícia gerou um impacto imediato nos mercados locais, com a alta de mais de 35% nas ações da estatal.
O anúncio também foi recebido com otimismo pelo economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e especialista do Instituto Millenium. Segundo ele, a interferência do Estado tem sido prejudicial à empresa por obrigá-la a investir em projetos que não apresentam taxa de retorno adequada e assumir dívidas para gerar energia no norte do Brasil, além de indicar diretores tendo por base critérios políticos, e não meritocráticos.
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Pires defende que não é possível resolver os problemas da Eletrobras sem uma política de privatização. O economista explica como funcionam as etapas do modelo de privatização a ser adotado, e afirma que a decisão trará inúmeros benefícios, pois permitirá que a empresa adquira mais agilidade e eficiência, pague impostos e dividendos e gere mais empregos com a entrada de novos investimentos. “Aí sim poderemos acabar com os privilégios que existem hoje por parte dos partidos políticos e das corporações, que, no fundo, são os grupos de privilegiados que sempre foram donos das empresas estatais. Isso é o início de um processo em que o governo finalmente parece estar entendendo que a agenda positiva no Brasil hoje é a de privatização”.
Ele pondera que o processo tende a ser mais demorado em função da grave instabilidade política que afeta o país, mas acredita ser esse o caminho ideal. “Não faz sentido um país como o Brasil ter mais de 150 empresas estatais. O país não pode mais ser ser tão patrimonialista. O contribuinte está cansado de pôr seu dinheiro nessas empresas e ver que é aplicado de maneira ineficiente e corrupta”.
Ouça!
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