O enigma de Derakhshan
“O Irã não tem uma política de prender pessoas pelo conteúdo de seus blogs, como alguns defensores dos direitos humanos querem nos fazer crer.” – Estas foram as palavras de Hossein Derakhshan, impressas no “The Guardian”, em 07 de maio de 2007. Mas agora presume-se que a pessoa responsável por escrever essa bobagem e muitas outras mais em seus blogs, principalmente no seu blog em persa, tenha recebido uma sentença […] Leia mais
Publicado em 18 de outubro de 2010 às, 00h50.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h01.
“O Irã não tem uma política de prender pessoas pelo conteúdo de seus blogs, como alguns defensores dos direitos humanos querem nos fazer crer.” – Estas foram as palavras de Hossein Derakhshan, impressas no “The Guardian”, em 07 de maio de 2007.
Mas agora presume-se que a pessoa responsável por escrever essa bobagem e muitas outras mais em seus blogs, principalmente no seu blog em persa, tenha recebido uma sentença de 19 anos e meio de prisão. Ou recebeu mesmo?
Para mim, Derakhshan era apenas um bissexual que gostava muito de vinho e por isso preferiu viver fora do Irã e gozar dos privilégios e das liberdades do Ocidente. Mas ao mesmo tempo ele queria que o regime do Irã sobrevivesse, assim, seu papai rico poderia financiar seu estilo de vida ocioso. Que é mais ou menos o que se pode dizer de muitos esquerdistas no Ocidente, que apesar de admirarem os tiranos, ainda preferem viver no centro do imperialismo e não perder suas festas intelectuais progressistas regadas a champanhe.
Hossein Derakhshan está bem ligado aos círculos da elite do poder no Irã. O próprio Líder Supremo realizou a cerimônia do seu primeiro casamento no país. Seu pai é um comerciante rico e membro do grupo islâmico radical Coalisão Islâmica no Irã. Seu tio foi uma das vítimas do atentado a bomba do MeK aos quarteis do partido da República Islâmica na década de oitenta, o famoso caso dos “mais de 72 mártires”, onde as agências de notícias da República Islâmica relataram as vítimas como “mais de 72 mortos” para tornar o caso semelhante à tragédia da batalha de Karbala, onde o neto do profeta, o Imam Hussein, e seus 72 companheiros foram martirizados em uma batalha injusta contra a decisão do Califa.
Publicado no blog de Potkin Azarmehr
Tradução: Cristina Camargo