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O Brasil é um país caro e difícil

Otimista, o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles acredita no crescimento sustentável da economia brasileira. Ele comparou a situação de hoje com a década de 1970, em que, segundo ele, a expansão do Brasil foi baseada em empréstimos estrangeiros, “o que não acontece no momento”, disse. Em entrevista, o ex-ministro afirmou que a economia brasileira atualmente tem fundamentos “amplos e sólidos”. No entanto, Meirelles destacou que a questão da […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 29 de março de 2011 às, 16h46.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h21.

Otimista, o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles acredita no crescimento sustentável da economia brasileira. Ele comparou a situação de hoje com a década de 1970, em que, segundo ele, a expansão do Brasil foi baseada em empréstimos estrangeiros, “o que não acontece no momento”, disse. Em entrevista, o ex-ministro afirmou que a economia brasileira atualmente tem fundamentos “amplos e sólidos”. No entanto, Meirelles destacou que a questão da infraestrutura ainda é um obstáculo: “um desafio bom de se ter”, disse. “É bom poder discutir questões de longo prazo. Esse desafio não é só do governo federal, mas também de estados, municípios e do setor privado.”, afirmou Meirelles.

Para o jornalista e articulista do Instituto Millenium, Carlos Alberto Sardenberg, a infraestrutura do país é ruim e o Brasil é um país caro para se fazer negócios. Sardenberg critica principalmente a elevada carga tributária brasileira e comenta as vezes em que ouviu de investidores estrangeiros, como o executivo israelense Dov Moran, que o Brasil “ é um país caro e difícil”.

“No final dos anos 90, a carga tributária era normal, cerca de 25% do PIB. Com as obrigações impostas ao governo pela Constituição de 1988, sobretudo nas áreas de Previdência e saúde, e pela tendência, digamos, “natural” de políticos eleitos de aumentarem o gasto público, os impostos também precisaram subir para financiar despesas crescentes. Mas se isso tivesse ocorrido de uma forma racional – com poucos e simples impostos – o problema seria menor. Ficou mais complicado porque muitas vezes os governantes, políticos, no esforço de arranjar dinheiro sem assumir aumentos de impostos, impopulares ou ilegais, inventaram quebra-galhos e truques que tornaram o nosso sistema tributário o pior do mundo. E o mais custoso. As empresas e as pessoas gastam dinheiro para ficar em dia com o Fisco.”

 Leia na íntegra o artigo “Pouca estrutura e muito imposto”.

Fonte: Valor e Instituto Millenium