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“Nossa meta principal é ajudar o microempreendedor”

“Você precisa ter o produto certo, com a linguagem certa”. Segundo o fundador da Avante, agência de soluções financeiras que atua em favelas, Bernardo Bonjean, esse é o segredo do sucesso do seu negócio. Presente em Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, e em onze municípios do Nordeste, a empresa oferece crédito que cabe no bolso dos microempreendedores das áreas mais pobres das cidades. As ações da Avante valorizam […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 5 de outubro de 2015 às, 16h02.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h53.

“Você precisa ter o produto certo, com a linguagem certa”. Segundo o fundador da Avante, agência de soluções financeiras que atua em favelas, Bernardo Bonjean, esse é o segredo do sucesso do seu negócio. Presente em Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, e em onze municípios do Nordeste, a empresa oferece crédito que cabe no bolso dos microempreendedores das áreas mais pobres das cidades.

As ações da Avante valorizam 170% ao ano, segundo Bonjean. Além de falar a língua dos clientes, outro diferencial que ajuda a entender como o negócio decolou é a valorização dos funcionários. “Cem por cento das pessoas que trabalham na empresa se orgulham disso”.

Crescer nas favelas não é fácil. Para enfrentar as resistências, como a presença de agiotas, o empresário, que largou a carreira no mercado financeiro para buscar realização profissional, contou com o apoio da Central Única de Favelas (Cufa). “A Cufa foi a nossa porta de entrada nas favelas”, esclarece. Leia a íntegra da entrevista:

Instituto Millenium: Como funciona uma agência de soluções financeiras que atua nas favelas? Qual é a diferença entre a Avante e uma financeira tradicional?
Bernardo Bonjean: Para funcionar em uma favela, uma agência financeira precisa se adaptar àquela realidade. Não adianta esperar que a favela se adeque às agências do asfalto. Duas coisas precisam ser ajustadas. A primeira são os produtos: não adianta querer vender um seguro saúde para uma pessoa que não pode pagar R$ 200, R$ 300 por mês. O produto tem que caber no bolso do cliente. Temos plano de saúde que custa R$ 22 mensais. O segundo fator que precisa ser adaptado é a linguagem. A linguagem deve ser simples e transparente, ao mesmo tempo. Para alcançar o sucesso, é preciso ter o produto certo, com a linguagem certa.

Dizemos que os moradores das favelas pertencem à classe “G”, de gente. Nessas áreas, há pessoas da classe A, com renda de mais de R$ 1 milhão, e pessoas com renda próxima de R$ 1mil por mês. O nosso público-alvo são os microempreendedores formais e informais, com CPF (Cadastro de Pessoa Física) positivado ou negativado.

Os moradores das comunidades estão endividados e nossa intenção não é oferecer um crédito para agravar a situação. A gente quer fomentar o empreendedorismo e o aumento da renda, elevando os empreendedores a novos patamares.

Leia a íntegra da entrevista!