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“Ninguém briga com o presidente da República"

É por demais temeroso quando o absurdo é tomado como verdade. Isso significa que a sociedade já modificou tanto os seus valores que não mais nem enxerga o caráter autoritário de certas declarações. Digo isso por um trecho de matéria do Estado de São Paulo que fala que a paz já reina entre a relação do governo com o presidente da Vale, Roger Agneli. O governo estava “de mal” de […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2009 às 01h12.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h09.

É por demais temeroso quando o absurdo é tomado como verdade. Isso significa que a sociedade já modificou tanto os seus valores que não mais nem enxerga o caráter autoritário de certas declarações. Digo isso por um trecho de matéria do Estado de São Paulo que fala que a paz já reina entre a relação do governo com o presidente da Vale, Roger Agneli. O governo estava “de mal” de Agneli por ter agido como executivo, parado investimentos com a crise e demitido funcionários quando da abrupta queda no preço das commodities. O querem como controlando uma estatal, em que mais importante que as decisões econômicas é o peso político. Por isso quase sempre são ralos de dinheiro público e ineficiência. De Agneli reclamaram até de não ter comunicado a decisão de demitir na crise para o Palácio do Planalto, que na verdade não seria uma “comunicação”, mas um pedido de autorização. Pois bem, voltando ao Estadão. Está lá a seguinte frase em off:  “Ninguém briga com o presidente da República e nenhum executivo pode brigar com o acionista de sua empresa”, disse uma fonte ligada à Vale. E eu que pensava que ninguém brigava era com Stálin… Sinal dos tempos no Brasil.

É por demais temeroso quando o absurdo é tomado como verdade. Isso significa que a sociedade já modificou tanto os seus valores que não mais nem enxerga o caráter autoritário de certas declarações. Digo isso por um trecho de matéria do Estado de São Paulo que fala que a paz já reina entre a relação do governo com o presidente da Vale, Roger Agneli. O governo estava “de mal” de Agneli por ter agido como executivo, parado investimentos com a crise e demitido funcionários quando da abrupta queda no preço das commodities. O querem como controlando uma estatal, em que mais importante que as decisões econômicas é o peso político. Por isso quase sempre são ralos de dinheiro público e ineficiência. De Agneli reclamaram até de não ter comunicado a decisão de demitir na crise para o Palácio do Planalto, que na verdade não seria uma “comunicação”, mas um pedido de autorização. Pois bem, voltando ao Estadão. Está lá a seguinte frase em off:  “Ninguém briga com o presidente da República e nenhum executivo pode brigar com o acionista de sua empresa”, disse uma fonte ligada à Vale. E eu que pensava que ninguém brigava era com Stálin… Sinal dos tempos no Brasil.

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