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MST: O movimento social mais odiado no Brasil

Na VEJA desta semana: “Uma pesquisa do Ibope mostra que a maioria da população culpa o MST pelos conflitos no campo, crê que ele atrapalha a reforma agrária e é pernicioso para o país.” Confira a matéria: Uma história de 25 anos de banditismo e vandalismo transformou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em uma das instituições mais repudiadas do país. Até a Câmara dos Deputados e o […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 22 de dezembro de 2009 às, 11h02.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h34.

Na VEJA desta semana: “Uma pesquisa do Ibope mostra que a maioria da população culpa o MST pelos conflitos no campo, crê que ele atrapalha a reforma agrária e é pernicioso para o país.”

Confira a matéria:

Uma história de 25 anos de banditismo e vandalismo transformou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em uma das instituições mais repudiadas do país. Até a Câmara dos Deputados e o Senado, que vivem imersos em escândalos, contam com mais simpatia da sociedade. A primeira palavra que a população associa à sigla MST é “invasão”, um crime tipificado no Código Penal. A segunda é “violência”. A devastação da imagem da organização foi comprovada em uma pesquisa realizada em novembro pelo Ibope Inteligência. O trabalho foi encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para verificar o apoio popular à CPI do MST, instalada no Congresso para apurar delitos atribuídos à entidade. Constatou-se que, para a maioria dos brasileiros, o MST prejudica o desenvolvimento social, a economia, o emprego, os investimentos e mancha a imagem do Brasil no exterior. As respostas dadas por 2 000 pessoas às 32 perguntas do questionário transmitem uma mensagem clara: os cidadãos do país querem ordem e paz, e culpam os sem-terra pelos confrontos no campo. Nada menos que 54% atribuem os conflitos agrários ao MST.

A repulsa ao movimento não significa que a população não apoie algum tipo de reforma agrária. Ao contrário, os brasileiros a endossam. Acreditam, porém, que o MST se desviou desse objetivo. Para 66% das pessoas ouvidas, suas invasões de terra não visam a assentar famílias, mas apenas a pressionar o governo. Para uma parcela semelhante, os líderes da organização estão menos interessados em beneficiar as hordas de sem-terra do que em usá-las para aumentar seu cacife político. Os brasileiros creem que essa estratégia tem dado resultado. A maioria dos entrevistados afirma saber que o governo repassa dinheiro ao MST, e um terço deles diz que esses recursos financiam as invasões. Segundo o instituto, 19% acreditam que o movimento está vinculado ao PT. Outros cinco partidos também são mencionados, mas cada um deles por apenas 1% dos entrevistados.

A pesquisa mostra que a população condena de forma veemente os métodos empregados pelo MST. Setenta e oito por cento dizem que as invasões são a principal forma de atuação da entidade, e beira a unanimidade a parcela que considera essa prática criminosa. Não é por outro motivo que 72% são favoráveis a que o governo use a polícia para retirar os sem-terra das fazendas invadidas e 61% aprovam que essas ações sejam realizadas mesmo em casos nos quais há risco de enfrentamento. Sessenta e nove por cento dos entrevistados afirmam que os fazendeiros não têm direito de portar armas para se defender de sem-terras. Apenas 4% declaram que apelariam para seus próprios meios para expulsá-los, caso tivessem fazendas invadidas. A enorme maioria preferiria esperar que a Justiça lhe devolvesse as terras.

Fundado em 1984, o MST foi alinhavado uma década antes na barra das batinas de bispos da Teologia da Libertação, uma aberração que tentou enxertar marxismo na doutrina católica. Seus adeptos fundaram a Comissão Pastoral da Terra e abrigaram sob esse teto os radicais que, depois, formariam o grupo de baderneiros. Uma vez independente, o MST adotou integralmente a cartilha maoista. Em 1990, saiu do anonimato quando um de seus integrantes degolou um policial com uma foice, em Porto Alegre. Consolidou sua fama em 1996, ao sacrificar dezenove de seus membros em um confronto com a polícia paraense, em Eldorado dos Carajás. No ano seguinte, marchou sobre Brasília, para demonstrar sua força. Seus líderes mantêm o MST na informalidade – ele não é constituído como entidade jurídica -, para que o movimento se mantenha o máximo possível fora do alcance da Justiça e, assim, possa continuar a promover invasões e depredações. No entanto, ao semear o pavor no campo, os sem-terra vêm colhendo a ojeriza dos cidadãos de bem, como comprova a pesquisa do Ibope Inteligência.
Com reportagem de Leonardo Coutinho