Colunistas

MP da Liberdade: passo importante para destravar economia

João Accioly e Paulo Uebel comentam resultado da votação do texto na Câmara

IM

Instituto Millenium

Publicado em 14 de agosto de 2019 às 13h47.

Última atualização em 15 de agosto de 2019 às 10h08.

A Câmara Federal concluiu a votação da Medida Provisória 881, que ficou conhecida como MP da Liberdade Econômica, com rejeição a todos os destaques apresentados. A proposta é um passo importante para desburocratizar as relações entre empresas e governo, estimulando a geração de novos negócios, emprego e renda, além de aumentar a competitividade do país.

A MP da Liberdade prevê uma série de mudanças. Uma das principais é que empresas de pequeno porte e que lidam com atividades de baixo risco não irão precisar mais de alvará para funcionarem. Isso vale, por exemplo, para bares, manicures, borracharias e cabeleireiros. A Medida Provisória também regulamenta o trabalho aos domingos e feriados, garantindo o direito dos colaboradores à folga.

Leia também
A MP da Liberdade Econômica precisa ser aprovada no Congresso
Ronald Hillbrecht: “Desburocratizar é essencial para o país voltar a crescer”

Além disso, a MP prevê a substituição do e-Social por um novo sistema, no qual o empregador terá que colocar apenas metade dos dados que são necessários atualmente. Já a carteira de trabalho será emitida por meio eletrônico.

O secretário especial de desburocratização, Paulo Uebel, definiu a decisão como “um grande avanço para a economia”, com capacidade para simplificar a vida do brasileiro. Estudos da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Econômica apontam que a proposta pode ajudar a gerar mais de 3 milhões de vagas de emprego em dez anos, além de um crescimento de 7% do PIB no mesmo período. “Ela vai permitir que negócios de baixo risco dispensem alvarás, que atividades sejam realizadas em qualquer dia ou horário da semana e possibilitar a inovação de uma forma menos burocrática. Outro ponto é que todo cidadão poderá digitalizar documentos e depois descartar o original, facilitando a vida e a manutenção dos negócios”, conta.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=F9RBZ9ERCVU%5D

O advogado e mestre em Economia João Accioly, que integrou a equipe responsável pela elaboração da proposta, afirmou, em entrevista ao Instituto Millenium, que o texto aprovado pelos deputados sofreu alterações e desidratação, mas manteve os pilares básicos do projeto original: Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica, as hipóteses de abuso regulatório e as reformas do direito empresarial. Ouça o comentário abaixo!

[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/665732795" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true" width="100%" height="166" iframe="true" /]

“São questões que dão segurança jurídica para o empreendedor, que possibilitam o planejamento das ações sabendo das consequências, de como a outra parte pode reagir, permitindo que essa interação livre gere a ordem espontânea que configura o mercado numa grande sociedade aberta e em uma democracia liberal”, disse Accioly.

O mestre em Economia destacou, ainda, que o grande apoio à proposta sinaliza um caminho aberto para outras reformas de corte liberal. “Com a aprovação em peso da Câmara à proposta, há a abertura de uma porta para se aprovar uma reforma constitucional e pode-se construir uma espécie de mudança no ambiente jurídico como um todo, permitindo avanços adicionais que são necessários”, afirmou.

Após a votação do texto-base, o projeto segue para análise do Senado Federal, que tem até o dia 27 para aprovar a MP.