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Medo do dragão, medo do leão: inflação e imposto de renda

O país abre os jornais atemorizado com a volta da inflação. E no mês da reta final da entrega da declaração de Imposto de Renda. O contribuinte não pode dormir em paz, entregando seu futuro ao representantes que elegeu. Sente que a mordida do leão é cada vez mais dolorida e o dragão da inflação não poderia ser figura mais atemorizante: o “bicho” voa rondando a tudo, tem dentes afiados […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 31 de março de 2011 às, 15h06.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h20.

O país abre os jornais atemorizado com a volta da inflação. E no mês da reta final da entrega da declaração de Imposto de Renda. O contribuinte não pode dormir em paz, entregando seu futuro ao representantes que elegeu. Sente que a mordida do leão é cada vez mais dolorida e o dragão da inflação não poderia ser figura mais atemorizante: o “bicho” voa rondando a tudo, tem dentes afiados e ainda solta fogo pelas ventas. Qual o remédio?

Para o economista e articulista do Instituto Millenium Sergio Valle, até agora o governo foi tímido nas medidas para desacelerar a economia. Valle questiona a aparente fé dos governantes de que a economia vá desacelerar sem medidas efetivas: “Ou seja, não haveria por que acreditar que deveríamos ver uma economia perdendo fôlego já neste início de ano. O PIB do primeiro trimestre deve fechar com alta de 1,2% em relação ao quarto trimestre, maior ainda do que foi no fim do ano passado.

O mercado de trabalho não dá sinais de desaceleração. É verdade que o rendimento médio real tem desacelerado na margem, mas isso é fruto da inflação crescente, situação semelhante ao que ocorreu no início de 2008. A mesma história se repete agora, mas o ponto relevante é que os salários nominais continuam a subir sem trégua.

 Havia a fé também que as medidas macroprudenciais de dezembro surtiriam alguma desaceleração na economia, especialmente em automóveis, algo que não aconteceu. Mas isso não quer dizer que não vai desacelerar. O ponto é que, como o diagnóstico do governo é errado ao colocar a culpa da inflação quase exclusivamente em commodities e negligenciar os fatores de demanda, também existe erro nos instrumentos utilizados para desacelerar a economia”.

Leia na íntegra o artigo: “Questão de fé”