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Marcel van Hattem: "Não podemos confundir direito com privilégio"

Deputado defende mais autonomia para o cidadão poder se aposentar

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Instituto Millenium

Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às, 11h12.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às, 11h12.

Apesar das manifestações contra a reforma, as mudanças no sistema previdenciário mostram-se cada vez mais urgentes para o Brasil a médio e longo prazo já que, caso não sejam aprovadas, uma conta maior terá de ser paga pelas futuras gerações. Não é preciso um esforço muito grande para entender que o dinheiro arrecado pelas contribuições da população ativa não é o suficiente para sustentar a parcela cada vez maior de aposentados. A conta não fecha.

Assista: “A Previdência é programa de transferência de renda de pobre para rico”

A convite do Instituto Millenium, o cientista político e deputado estadual do Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem, traça um panorama da situação previdenciária brasileira. Para ele, a responsabilidade individual, um dos valores defendidos pelo Instituto Millenium, deveria nortear a Previdência, dando maior autonomia aos cidadãos:

“Esta reforma não vai corrigir a totalidade do problema, mas reduzirá o déficit. Se tivéssemos um sistema de Previdência mais avançado em que cada indivíduo fosse responsável pela sua própria aposentadoria ou não bancasse a dos outros, ainda mais os privilégios, nós estaríamos falando de arranjos menos polêmicos e teríamos uma discussão mais racional”. Entenda abaixo!

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Durante a entrevista, van Hattem criticou a postura de políticos que pensam mais na reeleição do que na população em geral e criticou também o poder Judiciário, cujos privilégios como o auxílio-moradia pesam demais no bolso do contribuinte: “É um auxílio totalmente antiético para juízes que residem na Comarca e inclusive têm casas próprias. Temos que renovar as folhas salariais para que excluam-se privilégios que fazem com que o salário fique acima do teto”. O deputado apontou também a estabilidade funcional e o foro privilegiado como medidas urgentes de extinção: “Nós precisamos reduzir esses privilégios e transformá-los em direitos que são inerentes a qualquer cidadão, sem extrapolar certos limites como vemos hoje”.

O deputado reforça a influência do contato direto com os deputados via redes sociais para que eles possam refletir sobre questões importantes para o Brasil e salienta: “A reforma política que o Brasil precisa vai ser feita nas urnas, em 2018, com o eleitor bem informado e bons candidatos defendendo pautas que realmente interessem ao bem comum”.