Mais um blogueiro é preso na China na onda de repressão à &Revolução de Jasmim”

 Atenta às ameaças à liberdade de expressão e aos direitos humanos na China, a Anistia Internacional emitiu comunicado nesta semana manifestando preocupação com o paradeiro de um famoso blogueiro e comentarista político desaparecido desde domingo, 27 de março, e que se acredita ter sido preso pelas autoridades chinesas.

Yang Hengjun é ex-diplomata, nascido na China, mas possui nacionalidade australiana. No domingo, ele telefonou para o administrador do seu blog e avisou que estava sendo seguido por três homens no Aeroporto de Guangzhou, no Sul da China. Desde então, ele se encontra detido pelas autoridades chinesas, mas seu paradeiro é desconhecido.

“O desaparecimento de Yang Hengjun é extremamente preocupante, principalmente por ocorrer em meio a uma das maiores repressões de ativistas e críticos dos últimos anos”, disse Catherine Baber, diretora adjunta da Anistia Internacional para a região da Ásia e Oceania. “Yang se junta a uma longa lista de dissidentes pacíficos que desapareceram após terem sido detidos na China no último mês.”Porta-vozes do governo chinês, até agora, negaram ter conhecimento do paradeiro de Yang em resposta às solicitações do governo australiano.

 A Anistia International tem registros de dezenas de prisões, detenções e desaparecimentos de ativistas, usuários do Twitter e blogueiros desde fevereiro, quando os apelos pela web para uma “Revolução de Jasmim” na China começaram a circular, inspirados nos protestos no Oriente Médio e Norte da África. Mais de 20 ativistas, advogados e blogueiros estão presos sem acusação formal. “Não há nenhum sinal de redução nesta ofensiva”, disse Catherine Baber. “A rede está mais ampla do que nunca. Tememos que as autoridades chinesas estejam ampliando também seus tentáculos para enquadrar como ‘subversão’ qualquer expressão pacífica de apoio às reformas no país”.

Fonte: Anistia Internacional

No site do Instituto Millenium, leia mais sobre a Revolução de Jasmim: China prende mais de cem ativistas para reprimir protesto organizado pela Internet