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Logística sustentável ganha espaço no mercado de delivery

Fundador da Courri, Victor Castello Branco conta como surgiu a ideia de unir delivery e sustentabilidade

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Instituto Millenium

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às, 09h54.

De uma simples entrega de documentos do trabalho, surgiu a ideia para o próprio negócio: a Courri, empresa de logística urbana, onde o principal meio de transporte é a bicicleta. Fundada em 2012 pelos amigos Victor Castello Branco e André Biselli, a empresa cativa parte do mercado de delivery de São Paulo através da sustentabilidade.

“André e eu queríamos trabalhar com algo que tivesse propósito. Eu já pedalava até a faculdade e acabei pegando um documento do escritório para entregar antes de ir para a aula. Fiquei pensando no modelo de negócio e fui estudar o que já existia nos EUA. Trouxe o conceito para o Brasil e depois de uns seis meses de estudo e receio de largar o trabalho, larguei e comecei a empreender”, conta Victor. Ouça a entrevista completa no player abaixo!

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No início de suas atividades, a Courri trabalhava somente com entregas de documentos. Hoje, a empresa oferece outros dois tipos de serviços: “alocado & delivery”, que funciona como uma terceirização de entregadores, e o “e-commerce”, atuando na última milha de logística para transportadoras e varejistas, explica o empresário: “Para empresas que precisam de uma pessoa dedicada para entregas, oferecemos o alocado & delivery, um sistema de gestão onde enviamos o entregador junto com bicicleta, mochila e bagageiro. Mas o serviço que mais tem crescido para nós e rende, em média, 60% do que fazemos, é o e-commerce. Empresas grandes como a Netshoes e a Nespresso deixam as cargas do dia ou da semana em um de nossos centros de distribuição, então aglomeramos as cargas de todos os clientes diferentes para uma só rota e acionamos os ciclistas. Para isso, usamos um sistema com roteirizador para otimizar a quantidade de entregas”.

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A preocupação com a segurança dos ciclistas também foi um dos focos durante a reestruturação dos negócios. Victor conta que no primeiro ano ele mesmo fazia o delivery, chegando a realizar 17 entregas em uma rota de até 110 quilômetros. Agora, os entregadores da Courri pedalam de 6 a 7 quilômetros e fazem 60 entregas por dia, aproximadamente.

Com esse novo jeito de fazer logística, a Courri contribui diariamente para a conservação do meio ambiente. Enquanto um carro do modelo Fiorino chega a emitir 3 quilos de dióxido e monóxido de carbono durante 12 horas de funcionamento, a bicicleta não contribui em nada para a poluição das cidades. “Esse número pode até parecer pouco, mas se levarmos em conta a quantidade de carro e os dias que circulam para fazerem entregas, é bem significante. A sustentabilidade sempre foi o nosso cartão de visita, e uma vez que provamos que o modelo funcionava, acabamos ganhando espaço”.

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