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Instituto Millenium entrevista Paulo Roberto Almeida

Apresentando uma rápida recuperação econômica, enquanto a China passa por um período de arrefecimento, os Estados Unidos vislumbram a possibilidade de acordo de livre-comércio com a União Europeia. Em entrevista ao Instituto Millenium, o cientista social e diplomata Paulo Roberto Almeida aponta suas impressões sobre o pacto, incluindo as implicações para Brasil e América Latina. Considerando o posicionamento dos países-membros do Mercosul, Almeida analisa ainda a situação do bloco. Confira […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 13 de setembro de 2013 às, 12h20.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h50.

Paulo Roberto Almeida

Apresentando uma rápida recuperação econômica, enquanto a China passa por um período de arrefecimento, os Estados Unidos vislumbram a possibilidade de acordo de livre-comércio com a União Europeia.

Em entrevista ao Instituto Millenium, o cientista social e diplomata Paulo Roberto Almeida aponta suas impressões sobre o pacto, incluindo as implicações para Brasil e América Latina. Considerando o posicionamento dos países-membros do Mercosul, Almeida analisa ainda a situação do bloco.

Confira a entrevista.

Instituto Millenium: Durante o auge da crise financeira de 2008 e nos anos seguintes, especialistas sinalizavam para um possível fim do predomínio econômico ocidental. Hoje percebemos um arrefecimento da economia chinesa e a rápida recuperação dos Estados Unidos. Como o senhor enxerga essa situação?
Paulo Roberto Almeida:
Que os EUA declinem, relativamente, em face de países com taxas elevadas de crescimento, como a China, é absolutamente normal e esperado. Mas cabe retornar à história e registrar que, diferentemente dos velhos impérios do passado, que baseavam o seu poderio na dominação puramente militar, no controle de territórios e na extração de recursos, o império ocidental, ou americano, não está baseado nesses processos de força bruta, e sim no império do livre comércio, dos investimentos, da inovação tecnológica e, sobretudo, da inteligência.

Se impérios militares podem ser vencidos por uma coalizão de oponentes ou por algum adversário mais poderoso, um império baseado na inteligência e na interdependência é relativamente indestrutível. Na atual configuração da economia mundial, pode-se prever um declínio muito relativo para os EUA, e para a própria Europa. Eles são império da sociedade do conhecimento e, por mais avanços industriais que possam ocorrer em outras regiões, sempre estarão na vanguarda das descobertas científicas e das inovações tecnológicas.

Instituto Millenium: A Europa parece acreditar na manutenção dos EUA como potência econômica, ao iniciar negociações para um acordo de livre comércio. Caso aprovado, quais são as vantagens para as duas regiões?
Almeida:
Se e quando for efetivado – e as apostas contrárias são poderosas –, tal acordo terá um impacto profundo em termos institucionais, ou seja, sobre o sistema internacional de comércio e suas rodadas de negociação e em relação a terceiros mercados. Mais ainda, um acordo desse tipo parece sintetizar todos os bons efeitos e todos os defeitos, todos os méritos e os muitos vícios do minilateralismo comercial.

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