Fim do imposto sindical pode acabar com sindicatos de fachada
O economista José Márcio Camargo analisa o modelo ideal de financiamento dos sindicatos
Publicado em 4 de outubro de 2017 às, 16h58.
Última atualização em 6 de outubro de 2017 às, 17h31.
A reforma trabalhista, que entra em vigor em novembro, torna facultativa a contribuição sindical para pessoas físicas e jurídicas. Com isso, o trabalhador não será mais obrigado a dar, anualmente, o equivalente a um dia de trabalho para o sindicato que o representa. A forma de financiamento que será adotada ainda é incerta. Há rumores de que o presidente Michel Temer irá editar uma Medida Provisória para que a contribuição seja negociada em convenção coletiva, no entanto, antes mesmo da MP, centrais sindicais estão aprovando em assembleias a manutenção da cobrança.
Para o economista José Márcio Camargo, especialista do Instituto Millenium, a extinção do imposto sindical obrigatório acaba com os “sindicatos de fachada” e põe fim a um círculo ruim de comportamento, onde a associação não tem incentivo para prestar um bom serviço ao trabalhador que, por sua vez, não vê vantagens em sua filiação.
Veja mais:
Fim da contribuição compulsória tornará sindicatos mais representativos
O que muda com a reforma trabalhista
Na opinião do especialista, as soluções adequadas mexeriam com questões já estruturais. Primeiro, seria preciso acabar com o monopólio sindical pois, de acordo com a constituição, cada categoria deve ter apenas um sindicato para representá-la. “Ao mesmo tempo, precisamos fazer com que os contratos sejam válidos apenas para os trabalhadores filiados. Aqueles que optarem por não participar, negociariam individualmente com seus patrões. Isso faria com que o sindicato quisesse trabalhar efetivamente em prol do trabalhador, que seria incentivado a se filiar”, explica. Ouça!
[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/345339698?secret_token=s-rqnKN" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false" width="100%" height="166" iframe="true" /]