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"Fazer ajuste fiscal implica enfrentar o corporativismo"

Economista explica como a mentalidade corporativista afeta avanços na economia brasileira

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Instituto Millenium

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às, 14h41.

Última atualização em 13 de março de 2017 às, 15h23.

Não é de hoje que a política brasileira assiste a disputas entre diversos grupos corporativos que advogam em prol dos próprios interesses. No entanto, com a grave crise econômica que atinge o país e a situação calamitosa das contas públicas, a necessidade de colocar em prática medidas de ajuste fiscal faz com que esses interesses sejam postos em xeque.

A economista Zeina Latif, especialista do Instituto Millenium, explica que realizar o ajuste fiscal pressupõe mexer em interesses corporativos, e que o conflito entre eles se encontra dentro do orçamento público. Logo, quanto mais esses grupos se posicionam de modo a evitar a agenda de ajustes, torna-se mais difícil recuperar a economia do país.

Ela defende que o primeiro passo para transformar a mentalidade corporativista é a transparência, à medida que possibilita que a sociedade saiba dos custos e do retorno das políticas públicas para que possa, assim, fazer pressão para enfrentar os interesses de grupos tanto no setor público quanto no privado. E complementa: “Quando as questões fiscais impactam na economia, a gente deve pensar na ação desses grupos. Fazer ajuste fiscal é enfrentar corporações. Não é fechar ministério”.