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Ética em debate no Senado

O compromisso com a ética pode não fazer parte do novo Regimento Interno do Senado, jurado pelos parlamentares na posse do cargo. Depois de retirar da proposta o trecho que determina esse tipo de conduta, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), relator da reforma, recuou e decidiu avaliar se deve mantê-lo. Cientista político, Paulo Kramer observa que, no Brasil, a ética é apropriada pelos políticos para deslegitimar seus adversários. “Durante muitos […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 8 de agosto de 2013 às, 12h44.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h54.

O compromisso com a ética pode não fazer parte do novo Regimento Interno do Senado, jurado pelos parlamentares na posse do cargo. Depois de retirar da proposta o trecho que determina esse tipo de conduta, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), relator da reforma, recuou e decidiu avaliar se deve mantê-lo.

Cientista político, Paulo Kramer observa que, no Brasil, a ética é apropriada pelos políticos para deslegitimar seus adversários. “Durante muitos anos, a ética esteve presente no discurso da esquerda para atacar a direita. Com a sua ascensão ao poder, o discurso ético foi banalizado, instituindo-se que ela só vale para os outros e que os fins justificam os meios”, analisa.

Para Kramer, é imprescindível que a palavra seja inserida no regimento dos senadores, desde que não fique apenas no papel. O cientista político comenta que a ética deve orientar a atividade parlamentar, cabendo aos cidadãos atentar para a conduta de seus representantes.

“Prefiro apostar nessa tendência iniciada com as manifestações de junho, que mostraram um eleitorado mais atento e que cobra, sobretudo, um comportamento ético, e não apenas um discurso ético”, conclui.

Saiba mais sobre a exclusão da “ética” do novo código de conduta dos parlamentares