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Entrevistas na TV e o choro petista

O Jornal Nacional entrevistou Dilma, Marina e Serra, fazendo perguntas contundentes a todos eles. Até então, os três candidatos só haviam participado de joguinhos de comadres, salvo raras exceções. Mas os petistas não se conformaram e abriram o berreiro, começaram a chorar diante do fato de que não se pode fazer perguntas inconvenientes para sua candidata. Dilma foi indagada, por exemplo, sobre o crescimento pífio do Brasil na América Latina […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2010 às 19h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h26.

O Jornal Nacional entrevistou Dilma, Marina e Serra, fazendo perguntas contundentes a todos eles. Até então, os três candidatos só haviam participado de joguinhos de comadres, salvo raras exceções. Mas os petistas não se conformaram e abriram o berreiro, começaram a chorar diante do fato de que não se pode fazer perguntas inconvenientes para sua candidata.

Dilma foi indagada, por exemplo, sobre o crescimento pífio do Brasil na América Latina e respondeu que a Bolívia cresceu mais por ser “pequeno”. Quando William Boner citou a Rússia, país continental (cuja área é composta metade por gelo), não soube responder e isso foi tratado como “desrespeito” e “agressividade”. Mas qual a agressão?

A candidata foi poupada de temas como Mensalão, dossiês e tantas outras patifarias, não que isso fosse agressivo, mas seguramente seria mais incisivo. Não abordaram tais tópicos. Ela usava um argumento X em determinada resposta e, como é papel do entrevistador, foi confrontada mediante o mesmo argumento. Isso está longe de ser um exemplo de violência verbal.

O problema é que estão acostumados com os joguinhos de cartas marcadas, aqueles com ex-jornalistas, blogs e afins. Não foi o que houve e a candidata, em seus supostos “bons momentos” conseguia no máximo fugir da pergunta para fazer discurso genérico. Deu no que deu.

Cobraram, enfim, que Serra também recebesse questões delicadas. E foi o que aconteceu. O candidato tucano foi perguntado sobre a inexperiência de seu vice, a presença do PTB na chapa, o preço dos pedágios, entre outras coisas. E respondeu a tudo isso.

Sobre o vice: destacou sua experiência, pois exerceu mandatos parlamentares (tendo a delicadeza de não citar o fato de que Dilma nem mesmo tem isso em seu currículo); acerca dos pedágios, mencionou a Ayrton Senna, cujos valores foram REDUZIDOS após nova concessão, lembrando que as rodovias federais prosseguem como “estradas da morte”, e assim por diante.

Os vídeos são públicos e estão à disposição de todos para que comparem os candidatos e seus desempenhos (vejam abaixo). Sim, ambos foram perguntados sobre temas espinhosos e, sim, Serra foi melhor. Paciência, ora. Não adianta chorar ou culpar isso ou aquilo.


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Um dado curioso é a entrevista recente de Lula à TV Record, na qual nenhuma questão incômoda foi proposta. Ficaram naquela lengalenga bajulatória e, como sempre, as lágrimas presidenciais de costume. Os mesmos petistas que choram de raiva do êxito de José Serra nas entrevistas do JN são os que divulgaram o jogo de comadre com o chorinho de Lula na TV Record.

É o choro de raiva e a lágrima de crocodilo, cada qual servindo para sua finalidade. Lula é bom no que faz, sem dúvida alguma. Mas essa militância precisa ser menos bocó e, ao menos, aprender a lidar com a falta de traquejo de sua candidata. Ela está bem nas pesquisas, está pendurada “no cara”.

Talvez o segredo seja Dilma aparecer cada vez menos nos programas. Fica aí a dica. Porque ele é bom de TV. Mas vocês – e ela – são péssimos.

(Publicado no blog “Imprensa Marrom”)

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O Jornal Nacional entrevistou Dilma, Marina e Serra, fazendo perguntas contundentes a todos eles. Até então, os três candidatos só haviam participado de joguinhos de comadres, salvo raras exceções. Mas os petistas não se conformaram e abriram o berreiro, começaram a chorar diante do fato de que não se pode fazer perguntas inconvenientes para sua candidata.

Dilma foi indagada, por exemplo, sobre o crescimento pífio do Brasil na América Latina e respondeu que a Bolívia cresceu mais por ser “pequeno”. Quando William Boner citou a Rússia, país continental (cuja área é composta metade por gelo), não soube responder e isso foi tratado como “desrespeito” e “agressividade”. Mas qual a agressão?

A candidata foi poupada de temas como Mensalão, dossiês e tantas outras patifarias, não que isso fosse agressivo, mas seguramente seria mais incisivo. Não abordaram tais tópicos. Ela usava um argumento X em determinada resposta e, como é papel do entrevistador, foi confrontada mediante o mesmo argumento. Isso está longe de ser um exemplo de violência verbal.

O problema é que estão acostumados com os joguinhos de cartas marcadas, aqueles com ex-jornalistas, blogs e afins. Não foi o que houve e a candidata, em seus supostos “bons momentos” conseguia no máximo fugir da pergunta para fazer discurso genérico. Deu no que deu.

Cobraram, enfim, que Serra também recebesse questões delicadas. E foi o que aconteceu. O candidato tucano foi perguntado sobre a inexperiência de seu vice, a presença do PTB na chapa, o preço dos pedágios, entre outras coisas. E respondeu a tudo isso.

Sobre o vice: destacou sua experiência, pois exerceu mandatos parlamentares (tendo a delicadeza de não citar o fato de que Dilma nem mesmo tem isso em seu currículo); acerca dos pedágios, mencionou a Ayrton Senna, cujos valores foram REDUZIDOS após nova concessão, lembrando que as rodovias federais prosseguem como “estradas da morte”, e assim por diante.

Os vídeos são públicos e estão à disposição de todos para que comparem os candidatos e seus desempenhos (vejam abaixo). Sim, ambos foram perguntados sobre temas espinhosos e, sim, Serra foi melhor. Paciência, ora. Não adianta chorar ou culpar isso ou aquilo.


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Um dado curioso é a entrevista recente de Lula à TV Record, na qual nenhuma questão incômoda foi proposta. Ficaram naquela lengalenga bajulatória e, como sempre, as lágrimas presidenciais de costume. Os mesmos petistas que choram de raiva do êxito de José Serra nas entrevistas do JN são os que divulgaram o jogo de comadre com o chorinho de Lula na TV Record.

É o choro de raiva e a lágrima de crocodilo, cada qual servindo para sua finalidade. Lula é bom no que faz, sem dúvida alguma. Mas essa militância precisa ser menos bocó e, ao menos, aprender a lidar com a falta de traquejo de sua candidata. Ela está bem nas pesquisas, está pendurada “no cara”.

Talvez o segredo seja Dilma aparecer cada vez menos nos programas. Fica aí a dica. Porque ele é bom de TV. Mas vocês – e ela – são péssimos.

(Publicado no blog “Imprensa Marrom”)

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