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“Em educação, não tem bala de prata”

Assegurar o acesso à Educação Básica de qualidade a todas as crianças e jovens brasileiros até 2022. Essa é a meta do “Todos pela Educação”, organização da sociedade civil fundada em 2006. O Instituto Millenium entrevistou a diretora-executiva da instituição, Priscila Cruz, que ressaltou a importância de valorizar a carreira docente para tornar o ensino de qualidade uma realidade brasileira. Vencedora do Prêmio Jovens Lideranças, concedido pelo jornal “Estado de […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 11h16.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h45.

Assegurar o acesso à Educação Básica de qualidade a todas as crianças e jovens brasileiros até 2022. Essa é a meta do “Todos pela Educação”, organização da sociedade civil fundada em 2006. O Instituto Millenium entrevistou a diretora-executiva da instituição, Priscila Cruz, que ressaltou a importância de valorizar a carreira docente para tornar o ensino de qualidade uma realidade brasileira.

Vencedora do Prêmio Jovens Lideranças, concedido pelo jornal “Estado de S.Paulo”, em 2012, Priscilla Cruz, de 37 anos, sugere mudanças, como a criação de um currículo unificado e a ampliação da oferta de vagas em regime integral. Ela acredita que só recentemente os brasileiros despertaram para a importância da educação em suas vidas e para o desenvolvimento do país. “Os efeitos da educação não se restringem à economia e à justiça social. Também impacta na segurança, na saúde e na cidadania”, afirma.

Leia:

Instituto Millenium: O Brasil tem resultados ruins em todos os índices internacionais que medem a qualidade educacional. Entra ano, sai ano, e o país não consegue avançar. Qual é, de fato, o grande gargalo da educação?
Priscila Cruz: Não é que a gente não tenha avançado. No primeiro ano do Ensino Fundamental temos conseguido cumprir as metas do governo e do “Todos pela Educação”. Diria que o ensino médio é a etapa que está mais estagnada. Em educação, não tem bala de prata. Não dá para apontar uma solução específica. Porém, o principal fator é o professor. Quanto mais bem preparados, motivados e engajados forem os docentes, maiores serão as chances de alcançarmos uma educação de qualidade. Sobre esse aspecto é preciso considerar as seguintes dimensões: a atratividade para a carreira, a valorização social e a formação.
Além disso, é preciso ter uma base curricular comum no Brasil. É importante avançar nesse sentido para ampliar o foco no aprendizado do aluno. Também precisamos aperfeiçoar as avaliações, que não têm contribuído de fato para a melhoria da gestão educacional. Outro ponto a ser melhorado, é a gestão das unidades escolares. Deve haver mais oferta de educação em regime integral. Por fim, é preciso ter uma sociedade que valorize a educação.

Imil: A senhora citou a formação dos professores como um dos principais fatores para melhorar o ensino no Brasil. Qual o problema dos cursos de licenciatura? Como controlar melhor a formação dos profissionais?
Cruz: Historicamente, as faculdades de pedagogia preparavam as pessoas responsáveis por construir as teorias pedagógicas. Elas formavam os pensadores da Educação. Quando o ensino superior passou a ser obrigatório, as universidades permaneceram praticamente inalteradas. As faculdades de pedagogia continuam formando profissionais para pensar a teoria, e não para atuar nas escolas. O que está faltando é a ligação com a realidade em sala de aula.

Leia a entrevista completa

Assegurar o acesso à Educação Básica de qualidade a todas as crianças e jovens brasileiros até 2022. Essa é a meta do “Todos pela Educação”, organização da sociedade civil fundada em 2006. O Instituto Millenium entrevistou a diretora-executiva da instituição, Priscila Cruz, que ressaltou a importância de valorizar a carreira docente para tornar o ensino de qualidade uma realidade brasileira.

Vencedora do Prêmio Jovens Lideranças, concedido pelo jornal “Estado de S.Paulo”, em 2012, Priscilla Cruz, de 37 anos, sugere mudanças, como a criação de um currículo unificado e a ampliação da oferta de vagas em regime integral. Ela acredita que só recentemente os brasileiros despertaram para a importância da educação em suas vidas e para o desenvolvimento do país. “Os efeitos da educação não se restringem à economia e à justiça social. Também impacta na segurança, na saúde e na cidadania”, afirma.

Leia:

Instituto Millenium: O Brasil tem resultados ruins em todos os índices internacionais que medem a qualidade educacional. Entra ano, sai ano, e o país não consegue avançar. Qual é, de fato, o grande gargalo da educação?
Priscila Cruz: Não é que a gente não tenha avançado. No primeiro ano do Ensino Fundamental temos conseguido cumprir as metas do governo e do “Todos pela Educação”. Diria que o ensino médio é a etapa que está mais estagnada. Em educação, não tem bala de prata. Não dá para apontar uma solução específica. Porém, o principal fator é o professor. Quanto mais bem preparados, motivados e engajados forem os docentes, maiores serão as chances de alcançarmos uma educação de qualidade. Sobre esse aspecto é preciso considerar as seguintes dimensões: a atratividade para a carreira, a valorização social e a formação.
Além disso, é preciso ter uma base curricular comum no Brasil. É importante avançar nesse sentido para ampliar o foco no aprendizado do aluno. Também precisamos aperfeiçoar as avaliações, que não têm contribuído de fato para a melhoria da gestão educacional. Outro ponto a ser melhorado, é a gestão das unidades escolares. Deve haver mais oferta de educação em regime integral. Por fim, é preciso ter uma sociedade que valorize a educação.

Imil: A senhora citou a formação dos professores como um dos principais fatores para melhorar o ensino no Brasil. Qual o problema dos cursos de licenciatura? Como controlar melhor a formação dos profissionais?
Cruz: Historicamente, as faculdades de pedagogia preparavam as pessoas responsáveis por construir as teorias pedagógicas. Elas formavam os pensadores da Educação. Quando o ensino superior passou a ser obrigatório, as universidades permaneceram praticamente inalteradas. As faculdades de pedagogia continuam formando profissionais para pensar a teoria, e não para atuar nas escolas. O que está faltando é a ligação com a realidade em sala de aula.

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