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Em cruzada contra a Globovisión, Chávez intervém em banco

Alegando indícios de irregularidades na instituição, o governo venezuelano interveio no Banco Federal, cujo presidente é acionista da… Globovisión (estranha coincidência, não?). Veja trecho de matéria de Flávio Marreiro na “Folha de S. Paulo” de 15 de junho: “A ação acontece apenas três dias depois de a Justiça determinar a prisão de Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, e de seu filho. Não se sabe o paradeiro de ambos, acusados de […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 15 de junho de 2010 às, 23h53.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h45.

Alegando indícios de irregularidades na instituição, o governo venezuelano interveio no Banco Federal, cujo presidente é acionista da… Globovisión (estranha coincidência, não?). Veja trecho de matéria de Flávio Marreiro na “Folha de S. Paulo” de 15 de junho:

“A ação acontece apenas três dias depois de a Justiça determinar a prisão de Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, e de seu filho. Não se sabe o paradeiro de ambos, acusados de “usura genérica” e de formação de quadrilha por suposta ocultação de 24 veículos.
Ontem, o presidente do Banco Federal, Nelson Mezerhane, afirmou em entrevista à Globovisión que as acusações de falta de liquidez do banco “são totalmente falsas” e acusou o governo de querer obrigar a TV a “ajoelhar-se”. Disse ainda que funcionários de Chávez teriam tentado comprar a TV, a única de aberta oposição ao governo no ar no país.
Já Zuloaga falou pela primeira vez desde sexta-feira, quando foi decretada sua ordem de prisão. Afirmou que não se entregará à Justiça.
“Se me entregasse não faria nenhum favor nem a mim, nem ao país, nem à minha família”, disse à Globovisión, alegando que apenas cederia a “chantagem” do governo que quer calar a TV e “distrair a população” dos problemas do país.
A ordem de detenção de Zuloaga foi condenada ontem pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à OEA (Organização dos Estados Americanos). Já havia sido criticada na sexta pela Sociedade Interamericana de Imprensa.
O Departamento de Estado americano demonstrou “preocupação” e ligou a ação a outros supostos ataques do governo venezuelano à liberdade de expressão.
Em nota assinada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro e pela colombiana Catalina Botero, a CIDH criticou o “consenso” entre os Poderes na Venezuela e falta de independência do Judiciário.
A comissão também critica a condenação a três anos de prisão, também na sexta, de um jornalista da cidade de Valência, após ter escrito coluna sobre suposto ato de corrupção do prefeito chavista da cidade.
O texto enviado ao governo Chávez lembrou que a ação contra o presidente da Globovisión ocorreu poucos dias após o próprio presidente venezuelano queixar-se, em cadeia de rádio e TV, que o empresário seguisse livre após a acusação de usura.”