"Em 2018, candidatos dependerão do Big Data para achar eleitores"
CEO do Ideia Big Data, novo especialista do Imil explica o conceito da coleta de dados
Publicado em 23 de agosto de 2017 às, 16h55.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às, 09h59.
Você sabia que apenas nos últimos dois anos foram produzidos cerca de 90% dos bytes de dados gerados pela humanidade em toda a história? É o fenômeno Big Data, conceito que define o enorme volume de dados produzidos pelas pessoas com o uso constante de redes sociais, gadgets, aplicativos, GPS, transações financeiras e outros. Basta carregar no bolso um smartphone, mesmo offline, para que as informações sobre o seu percurso, por exemplo, sejam armazenadas e virem objeto de cobiça para empresas, governos e até mesmo partidos políticos. A análise minuciosa das informações coletadas pode ajudar o mercado a entender cada vez mais os consumidores, ou até mesmo fazer com que candidatos conquistem mais facilmente eleitores indecisos.
No meio de tanta informação, porém, uma coisa é certa: “Não existe privacidade”. É o que diz Mauricio Moura, novo especialista do Imil e CEO da Ideia Big Data, empresa especializada na coleta e análise de dados. “Quando você ativa seu celular, você começa a gerar informação, seja sua localidade, conteúdo que você produz ou pesquisa. A coleta de dados é feita de diversas fontes offline e online”, explica. Para ele, as pessoas precisam ter a consciência de que não existe privacidade em redes sociais, por exemplo, quando aceitam compartilhar informações tais como lista de contatos e localização com as empresas prestadoras de serviço. Confira a primeira parte da entrevista:
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O uso do Big Data para fins eleitorais também foi tema abordado pelo Instituto Millenium. Moura afirma não existir campanha política, nos dias de hoje, que fique de fora da coleta de dados. “Falar com os eleitores certos é o que faz a diferença na campanha. Vai ter um grupo que nunca vai votar em você, e outro que não precisa ser convencido. As eleições são ganhas no grupo intermediário, é esse que precisa ser identificado, e o Big Data ajuda a descobrir o que eles pensam e quais são as melhores maneiras para abordá-los”, explica.
As campanhas de Donald Trump, nos Estados Unidos, e a de Emmanuel Macron, na França, são dois exemplos que, segundo Moura, dependeram fortemente da gestão de dados para atingir os eleitores: “A campanha de Macron foi além, encontrou inclusive potenciais candidatos para o Congresso Francês através do Big Data”, ressalta. Quanto ao Brasil, Moura destaca que as eleições de 2018, num cenário de polarização e descrença política, vão depender profundamente dos candidatos que, através do Big Data, conseguirem identificar eleitores fora do contexto polarizado. Assista à segunda parte:
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