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Eleições 2018: A surpresa que vem das urnas

Cientistas políticos Murilo Medeiros e Paulo Kramer analisam o mais atípico pleito das últimas décadas. Ouça!

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institutomillenium

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 13h43.

O processo eleitoral de 2018 é considerado um dos mais atípicos das últimas décadas. Além de resultados já aguardados pelos analistas, como o segundo turno para Presidência polarizado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), as urnas reveleram inesperados cenários. Entre eles, as altíssimas taxas de renovação no Congresso Nacional. Na Câmara, esse índice foi o maior desde 1998, alcançando 52%, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Já o Senado teve a mais alta renovação desde a redemocratização. De cada quatro senadores que tentaram a reeleição, três não conseguiram se manter no cargo.

Em entrevista ao Instituto Millenium, os cientistas políticos Paulo Kramer e Murilo Medeiros analisaram o atual cenário da política no Brasil. Para os especialistas, o alto grau de repúdio à política tradicional e o sentimento “anti-PT” da população favoreceram o resultado do segundo turno para a Presidência. “As eleições foram as mais surpreendentes dos últimos tempos, cheias de simbolismo e quebra de paradigmas. A corrida presidencial foi plebiscitária entre PT e o ‘anti-PT’ e transformou os candidatos do pelotão de trás em nanicos. Pela primeira vez desde 1994, não temos uma polarização na disputa final entre PSDB e PT”, relembrou Murilo. Ouça no player abaixo a entrevista completa com Murilo Medeiros!

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A taxa de abstenção também chamou a atenção neste pleito e ultrapassou os 20%. Isso quer dizer que mais de 29 milhões de eleitores não compareceram às urnas. Para Paulo, este é um recado claro da população. “Não existe voto nulo, branco ou abstenção a favor. É um voto contra tudo que aí está”.

As taxas de renovação no Congresso também surpreenderam os analistas, que acreditavam que as atuais regras do sistema eleitoral prejudicaram ainda mais a ascensão de novos nomes ao Legislativo. “O remendo eleitoral aprovado no ano passado para regulamentar a eleições de 2018 centralizou muito os recursos financeiros públicos, dos fundos eleitoral e partidário, nas chamadas direções nacionais dos partidos. Com isso, e também com a redução drástica no tempo de propaganda eleitoral, acreditamos que seria mais difícil para os novatos se tornarem conhecidos. Mas não foi o que aconteceu”, destacou Paulo. Ouça a entrevista completa com Paulo Kramer no player abaixo!

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Para Murilo, houve ainda uma mudança no centro político brasileiro. “Grandes figuras, sobretudo do Senado Federal, não conseguiram renovar seus mandatos. Uma onda conservadora varreu vários estados e o centro político do país”.

Outra característica desta eleição é a alta fragmentação do Senado, já considerada a maior da história. Vinte e um partidos ocuparão cadeiras na casa no próximo mandato. Paulo explicou que esse cenário tem reflexos diretos na atuação do próximo presidente. “Isso significa maiores desafios para a negociação da governabilidade. Quanto mais fragmentado é o quadro partidário, tradicionalmente maior tem sido a dificuldade do presidente da República negociar”.

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O Congresso vira à direita

Passado o momento inicial, o foco agora é a corrida eleitoral para o Palácio do Planalto. Diante da falta de promessas factíveis no primeiro turno, Murilo ressaltou que este é o momento dos candidatos apresentarem aos eleitores o seu plano de governo e qual é o caminho que acreditam ser o ideal para o Brasil nos próximos quatro anos. “Acho muito importante que eles consigam aproveitar o tempo para discutir os reais problemas do país. Estamos presos nesse círculo vicioso onde se discutem nomes, mas não propostas. Essa é uma oportunidade deles mostrarem quais são elas, seja para a área tributária, reforma da Previdência, reforma do Estado etc.”.

Veja mais no Instituto Millenium

O processo eleitoral de 2018 é considerado um dos mais atípicos das últimas décadas. Além de resultados já aguardados pelos analistas, como o segundo turno para Presidência polarizado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), as urnas reveleram inesperados cenários. Entre eles, as altíssimas taxas de renovação no Congresso Nacional. Na Câmara, esse índice foi o maior desde 1998, alcançando 52%, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Já o Senado teve a mais alta renovação desde a redemocratização. De cada quatro senadores que tentaram a reeleição, três não conseguiram se manter no cargo.

Em entrevista ao Instituto Millenium, os cientistas políticos Paulo Kramer e Murilo Medeiros analisaram o atual cenário da política no Brasil. Para os especialistas, o alto grau de repúdio à política tradicional e o sentimento “anti-PT” da população favoreceram o resultado do segundo turno para a Presidência. “As eleições foram as mais surpreendentes dos últimos tempos, cheias de simbolismo e quebra de paradigmas. A corrida presidencial foi plebiscitária entre PT e o ‘anti-PT’ e transformou os candidatos do pelotão de trás em nanicos. Pela primeira vez desde 1994, não temos uma polarização na disputa final entre PSDB e PT”, relembrou Murilo. Ouça no player abaixo a entrevista completa com Murilo Medeiros!

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A taxa de abstenção também chamou a atenção neste pleito e ultrapassou os 20%. Isso quer dizer que mais de 29 milhões de eleitores não compareceram às urnas. Para Paulo, este é um recado claro da população. “Não existe voto nulo, branco ou abstenção a favor. É um voto contra tudo que aí está”.

As taxas de renovação no Congresso também surpreenderam os analistas, que acreditavam que as atuais regras do sistema eleitoral prejudicaram ainda mais a ascensão de novos nomes ao Legislativo. “O remendo eleitoral aprovado no ano passado para regulamentar a eleições de 2018 centralizou muito os recursos financeiros públicos, dos fundos eleitoral e partidário, nas chamadas direções nacionais dos partidos. Com isso, e também com a redução drástica no tempo de propaganda eleitoral, acreditamos que seria mais difícil para os novatos se tornarem conhecidos. Mas não foi o que aconteceu”, destacou Paulo. Ouça a entrevista completa com Paulo Kramer no player abaixo!

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Para Murilo, houve ainda uma mudança no centro político brasileiro. “Grandes figuras, sobretudo do Senado Federal, não conseguiram renovar seus mandatos. Uma onda conservadora varreu vários estados e o centro político do país”.

Outra característica desta eleição é a alta fragmentação do Senado, já considerada a maior da história. Vinte e um partidos ocuparão cadeiras na casa no próximo mandato. Paulo explicou que esse cenário tem reflexos diretos na atuação do próximo presidente. “Isso significa maiores desafios para a negociação da governabilidade. Quanto mais fragmentado é o quadro partidário, tradicionalmente maior tem sido a dificuldade do presidente da República negociar”.

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Passado o momento inicial, o foco agora é a corrida eleitoral para o Palácio do Planalto. Diante da falta de promessas factíveis no primeiro turno, Murilo ressaltou que este é o momento dos candidatos apresentarem aos eleitores o seu plano de governo e qual é o caminho que acreditam ser o ideal para o Brasil nos próximos quatro anos. “Acho muito importante que eles consigam aproveitar o tempo para discutir os reais problemas do país. Estamos presos nesse círculo vicioso onde se discutem nomes, mas não propostas. Essa é uma oportunidade deles mostrarem quais são elas, seja para a área tributária, reforma da Previdência, reforma do Estado etc.”.

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