Economista Cristiano Costa comenta relatório do Banco Mundial

Segundo relatório divulgado anualmente pelo Banco Mundial, o Brasil caiu de 120º para o 126º lugar no ranking que analisa os regulamentos que afetam as empresas nacionais. O estudo engloba o período de junho de 2010 a maio de 2011 e classifica 183 países levando em conta indicadores relacionados ao ambiente de pequenas e médias empresas e seus ciclos de vida. O economista e especialista do Instituto Millenium, Cristiano Costa, comenta alguns destes indicadores (Ouça a entrevista completa).

Costa aponta que “mesmo nos quesitos em que o Brasil vai bem ainda falta muito. Já naqueles em que o país vai mal ele vai muito mal”. Como exemplo, ele cita o indicador “pagamento de taxas”, que mede o tempo, em número de horas, que se gasta para pagar impostos por ano. No Brasil, são necessárias 2600 horas para pagar todos os impostos, enquanto que na Finlândia, 11º colocado no ranking, são gasta-se 93 horas. “O Brasil ainda está muito atrás em diversos aspectos nesta corrida mundial para fazer melhores negócios, mais rápidos e seguros”, diz.

O economista aponta, ainda, a burocracia no Brasil como principal empecilho para que o país evolua neste quesito. Ele chama atenção, por exemplo, para o fato de que no Brasil, para se abrir uma empresa, são necessários 13 procedimentos e o tempo médio é de 119 dias. No Chile, são apenas 7 procedimentos e a espera cai para 7 dias e a diferença é ainda maior em relação ao Canadá: 1 procedimento e 5 dias.

Para Cristiano Costa, o relatório só espelha o que os investidores e empresários ao redor do mundo já sabem e por isso muitas grandes empresas não estão no Brasil e poderiam estar.